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Alemanha, Japão e México como motores do retalho em 2020
2013-10-07

“Uma boa e uma má notícia quanto ao desenvolvimento da economia mundial”. Assim se resume a intervenção que Ira Kalish, economista chefe da Deloitte, fez esta manhã na primeira jornada do World Retail Congress. Com a crise das dívidas soberanas e a contracção do consumo, os retalhistas deparam-se hoje com uma nova normalidade na qual têm de desenvolver a sua actividade.

A boa notícia é que muitas economias mundiais, incluindo a europeia, a norte-americana e a japonesa, começam a denotar sinais de estarem a inverter a curva descendente. A má, contudo, é que os mercados emergentes estão a crescer a um ritmo mais lento que anteriormente. “A era dos crescimentos astronómicos acabou em definitivo. Os mercados emergentes continuarão a crescer mas mais pausadamente”, sustentou Ira Kalish.

Grande parte deste travão no crescimento das economias emergentes deve-se até a questões que lhes são externas. Até Maio, estes mercados foram negativamente impactados pela política monetária dos Estados Unidos da América, o que exerceu pressão sobre as suas moedas, prejudicando a competitividade das suas exportações. Em contrapartida, na Europa, passou-se o inverso, com a desvalorização do euro a potenciar o crescimento deste indicador.

Esta economia dá sinais de ter superado o longo período de recessão por que passou, situação que é particularmente visível num dos seus “pesos-pesados”, o mercado alemão. No âmbito do World Retail Congress, a Deloitte publicou os resultados de uma pesquisa internacional que desenvolveu em colaboração com o Planet Retail, sobre as perspectivas da distribuição mundial no horizonte de 2020, e que confirma que a Alemanha é, a par do Japão e do México, o mercado que apresenta melhores perspectivas de crescimento para o retalho.

A economia liderada por Angela Merkel levou a cabo importantes reformas nos últimos dez anos que estão a dar os seus frutos e fazem antever um crescimento do consumo. Maior mercado de retalho da Europa ocidental, a Alemanha está a revelar crescimentos em termos reais que se acentuarão a partir de 2014. Até 2020, o comércio a retalho alemão deverá crescer 6,9%, o que corresponde a um crescimento nominal de 21,2% ao longo dos próximos sete anos.

Por seu turno, no Japão, entre 1996 e 2002 as vendas a retalho caíram 9,3%. Contudo, o mercado japonês poderá agora conhecer o início de uma lenta mas regular retoma, graças às medidas ambiciosas encetadas pelo governo para estimular a procura interna. Simultaneamente, a inovação e a diferenciação permitiram aos “players” deste mercado manter-se competitivos num cenário ultra concorrencial.

Os olhos estão também colocados no México, que depois da China e do Brasil, está a converter-se num mercado muito apetecível para o retalho global. O sector da distribuição mexicano consolidou-se rapidamente desde 2002, beneficiando de alguns fundamentos favoráveis em termos de dinamismo económico e de uma população muito jovem, onde 45% tem menos de 25 anos. Atualmente, a Walmart é o único retalhista estrangeiro a figurar no top 5 local.

O estudo também revela que os países sul-europeus denotam igualmente algumas oportunidades de crescimento a médio prazo. A França, por exemplo, continua a oferecer condições atractivas para o investimento e as empresas francesas estão bem posicionadas para beneficiar das zonas de crescimento internacional. A distribuição alimentar representa 60% das vendas num mercado que é o segundo mais importante a nível europeu em termos das despesas por habitante.

Por seu turno, em Itália e na Espanha as condições de retoma e crescimento duradouros ainda não foram totalmente reunidas. Não obstante, em Itália, a política de austeridade está a terminar o que deixa antever um crescimento do consumo na próxima década. Quanto a Espanha, apesar da taxa de desemprego entre os jovens estar situada nos 55%, os fundamentos são sólidos e foram realizadas importantes reformas no mercado de trabalho.

A médio prazo, há que ter também em consideração os mercados brasileiro e britânico e num horizonte mais amplo o Irão e o Paquistão. Ainda fora do radar dos gigantes da distribuição, tendo em conta as barreiras geopolíticas, estes dois mercados detém activos atractivos para os retalhistas. No Irão, a modernização do comércio a retalho está ainda num estágio precoce, mas evolui a um ritmo dinâmico, potenciada por uma população jovem, por uma forte urbanização e por um rápido desenvolvimento do mercado de imobiliário comercial e das novas tecnologias.

Por seu turno, no Paquistão, as vendas do comércio a retalho deverão crescer 9% em 2020, de acordo com as estimativas do Planet Retail. A médio prazo, o investimento comercial no país deverá concentrar-se no segmento não alimentar e na restauração, com a grande distribuição alimentar a poder emergir assim que as infraestruturas – estradas, electricidade, cadeia de frio, instituições de ensino – sejam modernizadas.

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L.Branca/PAE

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