Os dados da Kantar relativos ao segundo trimestre confirmam que as medidas de distanciamento social e o confinamento levaram a uma queda nas vendas de smartphones.
Com os consumidores a adaptarem-se a um novo ambiente, as compras deslocaram-se para o online, que representou quase dois terços das vendas. Nos cinco países da Europa analisados, nos Estados Unidos da América e no Japão, cresceu, pelo menos, 11 pontos percentuais face ao ano passado.
Apetência por modelos de menor custo
Os consumidores estão a mostrar uma apetência por modelos de elevada qualidade a um menor custo, uma tendência que se mostra ainda mais relevante numa altura de pressão financeira causada pela Covid-19.
Nos cinco países europeus analisados, a Xiaomi teve um crescimento que a Kantar caracteriza de fenomenal, crescendo seis pontos percentuais em termos de quota e ultrapassando a Huawei como a terceira marca mais vendida. Especificamente em Itália, a Xiaomi abarca 24% das vendas, apenas a um ponto da Samsung. Em Espanha, a sua participação nas vendas eleva-se a 40%.
Desde que o Google anunciou que iria retirar a licença Android à Huawei que as suas vendas têm vindo a cair na Europa, na Austrália e no Japão. Ao mesmo tempo, o apoio à marca mantém-se forte na Chuna, onde a Huawei cresce cinco pontos percentuais e alcança 48% das vendas.
Incerteza quanto ao futuro
Numa altura em que muitos países entram numa possível segunda vaga da pandemia, a Kantar indica que é difícil visualizar cenários futuros. Felizmente, indica, apenas uma pequena fracção dos consumidores pretende cancelar os seus planos de aquisição de smartphones, não ultrapassando os 12%. Em contrapartida, a maioria irá manter a compra inicialmente planeada ou adiada.
Mas existe uma porção dos consumidores que pretendem gastar menos. “Com a Samsung focada na sua série A e a Apple no iPhone SE, estes dois gigantes estão numa boa posição para capitalizar a procura por equipamentos intermédios que não sejam de uma marca chinesa”, indica a Kantar.