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“Os hipermercados não morreram”
2013-10-07

“Os hipermercados não morreram. Mas os seus operadores terão de perceber que as lojas têm de ser interessantes, proporcionar uma experiência de compra agradável e responder às necessidades dos consumidores”. A opinião é de Georges Plassat, chairman e CEO de Carrefour, orador principal na “abertura” do World Retail Congress 2013, que iniciou esta manhã, dia 7 de Outubro, em Paris, e onde a Revismarket está presente para lhe trazer as mais recentes tendências do retalho mundial.

Numa intervenção sobre as bases de crescimento nos mercados internacionais, o responsável máximo pelo segundo maior grupo de retalho a nível mundial apresentou as suas perspectivas face aos desafios que se colocam presentemente ao sector e a forma como o Carrefour tem respondido para os superar. Admitindo que o grupo de retalho que lidera, que recentemente celebrou 50 anos, passou nos últimos anos pelo que caracteriza de “uma crise de meia idade”, Georges Plassat reiterou, no entanto, que o Carrefour “está de volta e em melhor forma”. Neste processo, reduziu o número de países onde está presente, concentrando-se apenas nos mercados onde é líder ou vice-líder e focando-se na Europa, América Latina e China.

No actual panorama do retalho mundial as mudanças são, na opinião do CEO do Carrefour, incrementais, criando uma nova geração de vencedores e de perdedores. Face às dificuldades económicas com que se deparam em muitos dos seus mercados domésticos, os retalhistas vêem-se obrigados a procurar fora das suas fronteiras novas fontes de receitas. A globalização é, de facto, uma realidade incontornável para o retalho, contudo, alertou Georges Plassat, antes de considerarem um projecto de expansão internacional, os retalhistas deverão equacionar todas as oportunidades e desafios que este acarreta, nomeadamente as diferenças de linguagem e de cultura e a necessidade de encontrar métodos de distribuição eficazes e das suas marcas e produtos ganharem a aceitação social. “Um negócio internacional não é sinónimo de um negócio global”, sublinhou Georges Plassat, para quem a era do “imperialismo internacional” está definitivamente acabada.

Ora um dos principais erros que o retalho comete nos seus planos de expansão é precisamente, na opinião do CEO do Carrefour, subestimar os “players” regionais e nacionais fortes dos mercados emergentes. Um destino muito apetecível para os retalhistas com ambições de expansão internacional, nos próximos 50 anos, os seus consumidores tenderão a reforçar o processo de migração da periferia para os centros das cidades, o que irá criar novas oportunidades de desenvolvimento para o retalho. De acordo com Georges Plassat, em 2025, o consumo nos mercados emergentes mais que duplicará face aos valores de 2010, potenciado pelas tendências da urbanização e ascensão das classes médias. Dois terços do crescimento da classe média virá precisamente da região da Ásia-Pacífico.

Estes consumidores dos mercados emergentes irão mais rapidamente adoptar as novas tecnologias e dispositivos inteligentes, como os smartphones, abrindo espaço para a expansão do digital a um ritmo mais célere do que o que ocorreu nos mercados desenvolvidos. “O crescimento do multicanal anda de braço dado com a globalização do retalho, equipando os negócios com a capacidade de distribuírem a nível mundial e acederem a novos consumidores e fontes de receitas”, avançou o CEO do Carrefour. Ao mesmo tempo, materializa novos desafios trazidos por uma nova forma de concorrência, proporcionada pelos retalhistas “pure players”, como a Amazon, mas também pelas próprias empresas que vendem bens de consumo e que passam a disponibilizá-los directamente aos consumidores.

O grupo retalhista francês tem adoptado um projecto de expansão internacional assente numa perspectiva de desenvolvimento sustentável, que se tornou no ponto focal do seu modelo de negócio, do “sourcing” aos produtos, passando pelo “packaging”, pelas lojas e pelos próprios recursos humanos. “O objectivo é gerar um crescimento sustentado que beneficie todos os “stakeholders”. Cada mercado internacional tem, na visão do Carrefour, características que lhe são próprias, pelo que é potenciada a integração local. Em última instância trata-se de respeitar os clientes, o que implica necessariamente respeitar os seus desejos e expectativas. “Cada acto de compra tem de beneficiar o maior número de pessoas possível”.

Face à crescente importância dos mercados internacionais, e particularmente os emergentes, é importante que os retalhistas consigam colocar o maior número de “âncoras” possível. Processo onde as lojas têm um papel decisivo, não obstante a cada vez maior importância do multicanal. No entender de Georges Plassat, o futuro do retalho passará por uma evolução “clicks and mortar”: “ninguém irá comprar o seu litro de leite pela Internet”, sustentou. O desafio das lojas será, no entanto, tornarem-se espaços mais atractivos e eficazes. Por isso mesmo, o CEO do Carrefour confirmou que o grupo vai tornar a investir na sua rede, abrindo novos espaços e remodelando muitos dos actualmente existentes.

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L.Branca/PAE

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