A Crédito y Caución prevê um abrandamento do comércio mundial em 2022 e 2023, um sintoma da normalização do seu padrão de crescimento.
O comércio de bens recuperou significativamente em 2021, enquanto o comércio de serviços permanece cerca de 5% abaixo dos níveis de 2019.
A Crédito y Caución não espera que os constrangimentos que dificultam o comércio mundial se dissipem totalmente até 2023.
A ameaça de expansão das guerras comerciais dos EUA com a China e a União Europeia diminuiu.
De acordo com a análise divulgada no seu mais recente Economic Outlook, a Crédito y Caución prevê que os dados finais de crescimento do comércio mundial em 2021 confirmem que as trocas comerciais internacionais voltaram a alcançar os níveis anteriores à pandemia. Após um crescimento que estará entre os 8% e os 10% em 2021, a seguradora de crédito antecipa que o crescimento perca força até próximo dos 5% a 6% em 2022 e dos 3% a 4% em 2023. “Evidencia o regresso a um patrão de crescimento normal, no qual o crescimento do comércio mundial estará mais ou menos a par com o crescimento do PIB, contrapondo-se às oscilações do dobro do PIB observadas em 2020 e 2021”, salienta o relatório.
O Economic Outlook destaca a evolução desigual do comércio global de bens e de serviços. O comércio de bens recuperou significativamente graças à forte procura de veículos automóveis, produtos eletrónicos e artigos de exterior. Apesar dos constrangimentos na cadeia de fornecimento durante a segunda metade do ano, o comércio mundial de bens manteve-se firmemente acima do nível pré-pandemia. O comércio de serviços, por seu turno, está a recuperar lentamente, sob o peso das restrições ainda vigentes devido à pandemia. Contudo, está cerca de 5% abaixo dos níveis registados em 2019, uma percentagem que se eleva para 47% no caso do segmento do turismo.
A evolução regional reflete este panorama. O crescimento do comércio da China abrandou devido ao impacto do nível pouco habitual de trocas comerciais registado em 2020. O resto da Ásia emergente apresenta crescimentos acima da média mundial vinculados ao seu papel de destaque na fabricação de bens. Nas economias avançadas, o comércio cresceu fortemente nos Estados Unidos impulsionado pelos enormes pacotes de estímulo. A evolução da Zona Euro está mais em sintonia com a média mundial. A perda de impulso das trocas comerciais no segundo e terceiro trimestres de 2021 é generalizada e especialmente visível na China, EUA e América Latina.
A Crédito y Caución não espera que os constrangimentos ao comércio mundial se dissipem totalmente até 2023. Ao longo de 2022 ver-se-ão aliviados pelo progressivo deslocamento da procura para os serviços e pelo descongestionamento dos portos, mas será necessário tempo para ampliar a capacidade no transporte marítimo e nos semicondutores. O relatório da seguradora de crédito salienta, ainda, que a ameaça de expansão das guerras comerciais dos EUA com a China e a União Europeia diminuiu.