Retalho - Agilidade, transparência e transformação digital são chave para as empresas
Esta terça-feira, dia 2 de Março, no âmbito do Global Forum GS1, decorreu um plenário internacional sobre o impacto da pandemia no retalho, que contou com a participação de diferentes empresas do setor, entre elas, a Nestlé e a L’Oréal.
A pandemia Covid-19 transformou o mundo, criou grandes desafios aos operadores económicos, mas também realçou várias oportunidades, afirmando a relevância fulcral da GS1, tanto local, como globalmente. A cadeia de valor voltou a ser uma área de foco dos negócios e a transformação digital acelerou drasticamente.
No plenário moderado por Chris Tyas, presidente do Conselho de Administração da GS1 UK, executivos de grandes empresas do setor do retalho, fabricantes e parceiros tecnológicos falaram sobre as experiências que as suas organizações tiveram durante a pandemia e como os standards GS1 têm vindo a fazer a diferença.
Os oradores desta sessão foram Béatrice Guillaume, Vice-Presidente Executiva e Chefe Global de Recursos Humanos da Nestlé; Stéphane Lannuzel, Diretor de Projetos de Tecnologia de Beleza da L’Oréal; Joseph Phi, CEO do Grupo Li & Fung e LF Logistics; Mark Batenic, Presidente da IGA Inc. e Vincent Weijers, Diretor de Operações da bol.com.
A sessão começou com uma introdução de Chris Tyas em que referiu algumas das principais mudanças a que assistimos no setor ao longo do último ano, com especial destaque para a transformação digital e para a importância que deve ser dada, cada vez mais, às pessoas, sejam elas clientes ou colaboradores das empresas.
Seguiu-se a intervenção de Béatrice Guillaume da Nestlé que destacou as principais alterações sentidas na empresa nos últimos 12 meses. “O nosso foco foi apoiar os colaboradores, enquanto assegurávamos a rentabilidade do negócio, e prestar auxílio à comunidade. Tivemos a necessidade de desenvolver novas soluções tecnológicas, tornando urgente a aceleração da transformação digital, área na qual a GS1 representa um papel essencial. Estabelecemos também ligações estreitas com os Governos, autoridades de saúde e parceiros, realçando a importância da colaboração de diferentes entidades e partes da cadeia de valor”, explicou Béatrice Guilaume. Em jeito de conclusão, a responsável dos recursos humanos da Nestlé disse ainda que, entre as tendências que vieram para ficar, “o destaque vai para a digitalização, o e-commerce e as novas formas de trabalhar, sem nunca esquecer a capacidade de agilidade e resiliência das empresas”.
Joseph Phi, CEO do Grupo Li & Fung, destacou “a empatia, a coragem e a colaboração” como principais chaves para o sucesso das alterações que se fizeram sentir ao longo do último ano. “Foi essencial percebermos que ninguém está seguro se não estivermos todos seguros”, afirmou Joseph Phi. Para o responsável do grupo de soluções de logística, “a autenticidade e a rastreabilidade dos produtos mostraram ser mais importantes do que nunca”, destacando também o impacto da pandemia na aceleração da digitalização. “As tendências que se impuseram com a pandemia são apenas uma continuação/aceleração do que já se vinha a verificar, com a omnicanalidade a assumir um papel fundamental”, concluiu o CEO do Grupo Li & Fung.
Já Mark Batenic, Presidente da IGA Inc., reconheceu o claro aumento da procura por compras online, no entanto, destacou a importância que os retalhistas locais assumiram um pouco por todo o mundo. “Apesar da cada vez maior tendência para o e-commerce, o consumidor confia também cada vez mais nos lojistas e apoia cada vez mais o comércio local”, explicou Mark Batenic. O Presidente da IGA Inc. falou ainda da importância da codificação dos produtos, de forma a garantir que o que está disponível na loja física é também o que está disponível online. “Assumem cada vez mais importância serviços como o Verified by GS1 para garantir a fiabilidade dos produtos. O trabalho da GS1 nunca foi tão relevante para o mundo como agora”, concluiu.
Na sua intervenção, Vincent Weijers da bol.com falou “da importância dos standards GS1 para a melhoria do diálogo entre todos os intervenientes da cadeia de valor”. “Com o crescimento do e-commerce e de marketplaces, impõe-se a garantia da qualidade dos dados partilhados em todas as fases da cadeia de valor, de forma a disponibilizar informação que facilite a interação entre o consumidor e o produto”, disse Vincent Weijers. O responsável da plataforma digital bol.com referiu ainda as alterações que a empresa foi obrigada a fazer num curto espaço de tempo, sobretudo no que toca ao aumento da capacidade logística e da definição de produtos prioritários.
Por fim, Stéphane Lannuzel, Diretor de Projetos de Tecnologia de Beleza da L’Oréal, realçou que “aconteça o que acontecer, daqui para a frente, as empresas já terão a sua visão orientada para o e-commerce”. Stéphane Lannuzel acredita que “a questão que se impõe não é se o comércio online vai ter mais peso do que as lojas físicas, mas sim quando é que isso vai acontecer”. “Neste novo ecossistema de compras, o destaque vai para a conveniência, a flexibilidade, as opções disponíveis e o preço. Os clientes querem saber tudo sobre os produtos que estão a comprar, nomeadamente, no que diz respeito ao seu impacto ambiental. É imperativo que as empresas assumam a sustentabilidade e a economia circular como pilares da sua missão e, para isso, os standards GS1 são chave para esse processo”, concluiu.
Ao longo de quase uma hora de sessão, todos os intervenientes concordaram que a mudança não fica por aqui e será uma constante, tendo como chave a agilidade e a transparência. Nessa missão, os standards GS1 assumem um papel fundamental enquanto linguagem global dos negócios.
Sobre esta sessão, João de Castro Guimarães, Diretor Executivo da GS1 Portugal, destacou que “a sessão plenária dedicada ao setor do retalho no contexto dos trabalhos do Global Forum, a reunião anual de todas as organizações-membro da GS1, de que a GS1 Portugal é exemplo, é invariavelmente uma oportunidade para partilha de boas-práticas de interlocutores com intervenção no setor, de modo transversal – produtores, distribuidores e parceiros tecnológicos. Agilidade, transparência e transformação digital são as três palavras-chave desta sessão, muito em linha com o que foi a experiência de colaboração da GS1 Portugal com os parceiros locais durante a crise pandémica, até ao momento, e em conformidade com o que estamos a projetar para o futuro”.