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Turismo nacional e rentrée reduzem quebras na faturação dos negócios
2020-10-12

O mais recente relatório REDUNIQ Insights apresenta uma gradual retoma da faturação e do número de transações dos negócios portugueses, apesar da faturação total acumulada até setembro ser de menos 20% face ao mesmo intervalo de 2019.

O valor faturado pelos negócios, no mês passado, encontra-se a menos 9% em comparação com o mesmo mês de 2020. A retoma de faturação justifica-se, sobretudo, pelo impulso do turismo interno e pela chegada da “rentrée”, caracterizada pelo aumento dos fluxos de mobilidade, quer pelo regresso às aulas ou pelo regresso ao trabalho. Ainda que seja um cenário positivo, Tiago Oom, diretor da REDUNIQ, alerta para o facto destes números não poderem ser assumidos como indicadores seguros de que esta tendência de recuperação irá prevalecer. “Isto porque, por um lado, é expectável que o agravar da crise sanitária volte a condicionar os comportamentos de consumo dos portugueses e, por outro lado, importa atentar ao adensar dos impactos de uma crise económica anunciada”.

Menos gastos em cada compra

Também ao nível do número de transações, tem-se assistido a uma retoma gradual dos valores normais, com uma variação homóloga abaixo de um ponto percentual desde 23 de agosto. Os últimos registos, que compreendem o período entre 6 e 19 de setembro, indicam uma variação homóloga de menos 0,42%.

Para além disso, o novo relatório REDUNIQ Insights demonstra, ainda, que os portugueses, apesar de estarem a consumir mais vezes, estão a gastar menos em cada compra, sendo o valor médio por transação de 33,50 euros.

Já quando comparados os níveis de faturação de cartões nacionais e estrangeiros, os dados deste relatório evidenciam que, entre agosto e setembro, o consumo dos portugueses excedeu a faturação registada no mesmo período de 2019, enquanto que a faturação estrangeira obteve quebras na ordem dos 50%.

Estes resultados, segundo Tiago Oom, refletem aquilo que foi a realidade nacional durante o período de verão. “Tivemos uma forte promoção de Portugal enquanto destino turístico para os portugueses, ao mesmo tempo que tivemos uma quebra do consumo estrangeiro devido às medidas de contenção da propagação do vírus, nomeadamente, ao nível das restrições de tráfego aéreo. Não obstante, se analisarmos a faturação total acumulada até setembro, observamos um cenário muito semelhante, com uma quebra de 9% do consumo nacional, contrastando com a quebra de mais de 55% do consumo estrangeiro”.

Verão fomenta faturação

No que respeita à faturação por distrito, assim como se tem vindo a registar desde o início da pandemia, os distritos mais afetados são aqueles que apresentam uma maior atividade ao nível do turismo, nomeadamente Lisboa, Faro, Porto e os arquipélagos dos Açores e da Madeira, apesar de registarem melhores resultados durante os meses de verão. Só em setembro, Lisboa alcançou quebras na ordem dos 24% face ao período homólogo, enquanto que Faro, Madeira Porto e Açores obtiveram descidas de 20%, 20%, 16% e 14%, respetivamente.

Apesar da redução do consumo derivada da pandemia, o REDUNIQ Insights demonstra que, desde janeiro até setembro, os sectores das farmácias, do retalho alimentar tradicional e dos eletrodomésticos e tecnologia tiveram uma melhor performance que no mesmo período do ano anterior, com mais 45%, 31% e 7% de faturação, respetivamente. A contrastar estão os negócios de hotelaria (-64%), moda (-37%), e perfumarias (-35%).

Crescimento do contactless

“Em determinadas categorias, como os cabeleireiros, farmácias e retalho alimentar tradicional, esta melhoria da performance observou-se, por um lado, pelo aumento do parque de terminais de pagamento automático no sistema – resposta dos retalhistas ao receio dos consumidores usarem dinheiro físico – e, por outro lado, aquilo que consideramos ser uma migração de pagamentos em dinheiro físico para pagamentos eletrónicos – desde logo pela democratização do contactless”, cometa Tiago Oom.

Este é um meio de pagamento cada vez mais utilizado pelos portugueses, com uma representação de 28% do total de pagamentos em agosto deste ano. Ao nível de crescimento, a utilização deste meio de pagamento aumentou em 19% de julho a agosto, sendo a sua taxa média de crescimento de 18,05%. Já no que respeita ao ticket médio (valor médio por pagamento) das transações por contactless, mais de 50% são efetuadas até aos 15 euros, embora seja possível realizar pagamentos com esta solução até aos 50 euros.

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L.Branca/PAE

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