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Crédito y Caución prevê uma mudança de estratégia da OPEP+ no segundo semestre
2020-04-01

O mais recente relatório da Crédito y Caución prevê um aumento gradual dos preços do petróleo e alerta para os efeitos que os atuais níveis de preços poderiam ter na estabilidade das economias do Golfo Pérsico. Embora a Arábia Saudita e a Rússia ainda tenham margem para prolongar a guerra de preços, outros países exportadores de petróleo enfrentam possíveis desequilíbrios nas suas contas públicas e escassez de divisas. Os défices orçamentais do Kuwait, Iraque, Omã, Arábia Saudita, Argélia e Angola poderiam aproximar-se dos dois dígitos em 2021. Omã e Bahrein são particularmente vulneráveis.

A atual estratégia da OPEP+ está motivada, em grande medida, pela resistência da produção nos Estados Unidos, que superou todos os registos roçando os 13 milhões de barris diários. No início desta década, a OPEP pôs em prática uma estratégia semelhante perante a ascensão do xisto norte-americano, o que colapsou os preços em 2014. Em finais de 2016, perante os custos desta estratégia, a OPEP+ mudou de direção para aumentar os preços.

Em 2019, o preço do crude esteve marcado pela gestão da oferta por parte da OPEP+, que manteve a barreira simbólica nos 50 dólares, e a flexibilidade de produção dos Estados Unidos, que marcou uma barreira nos 70 dólares. Em janeiro, o impacto do coronavírus na China afetou a procura e provocou uma queda de 20% nos preços. A falta de acordo na OPEP+ para responder com uma redução da produção desencadeou uma descida nos preços até 25 dólares por barril, o que traduz uma queda acumulada de 60% face aos níveis de 2019. A atual descida dos preços foi exacerbada pela evolução do coronavírus para uma pandemia.

De acordo com a análise da seguradora de crédito, os sinais de debilidade do setor petrolífero nos Estados Unidos e o severo impacto da queda na procura de petróleo causada pelo coronavírus empurraram a OPEP+ para uma redução na produção que colocará um limite nos preços em 2020 e provocará um aumento gradual em 2021.

Para a maioria dos países exportadores de combustível, os rendimentos provenientes do petróleo e do gás continuam a constituir uma boa parte das receitas públicas. Isto aplica-se, em especial, aos Estados do Golfo, mas também à Guiné Equatorial, Brunei, Turquemenistão, Congo-Brazzaville, Angola e Azerbaijão. A Arábia Saudita e a Rússia, os instigadores da guerra de preços, dispõem de reservas financeiras suficientes para se manterem firmes durante um certo tempo. Os seus níveis de dívida pública são relativamente baixos e as suas amplas reservas internacionais complementam-se com fundos soberanos de investimento. Azerbaijão, Brunei, Cazaquistão, Kuwait, Qatar, Turquemenistão, Timor-Leste e os Emirados Árabes Unidos também se encontram entre as economias mais resistentes. Contudo, a capacidade de absorção de impactos da maioria dos exportadores de combustível é baixa e está a diminuir. Os países que já têm níveis de dívida elevados e fracas posições de liquidez externa, como o Bahrein, Omã, Angola, Equador e Nigéria, são potencialmente os primeiros a ter problemas.

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L.Branca/PAE

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