De acordo com a edição deste ano do estudo da ACEPI – Associação da Economia Digital, o comércio eletrónico em Portugal (B2B + B2G + B2C) continuou a crescer significativamente ao longo do ano de 2018, tendo alcançado os 87,5 mil milhões de euros, representando já mais de 44% do Produto Interno Bruto (PIB).
Este valor deverá vir a ultrapassar os 150 mil milhões de euros até 2025. ” Na última década, a percentagem de utilizadores da Internet a nível mundial passou de um quarto da população para mais de 50%, em 2018. Em Portugal, em 2008, a percentagem de utilizadores estava abaixo dos 50%, sendo que, em 2018, este valor subiu para cerca de 80%. As previsões apontam para que, nos próximos 10 anos, a utilização da Internet a nível mundial venha a ultrapassar os dois terços da população, sendo que em Portugal deverá atingir quase os 100%. Uma evolução notável que, de algum modo, tem também reflexo no facto de ser cada vez maior o número de compradores online em Portugal: em 2018, foram quase 50% dos utilizadores de Internet os que fizeram compras online, tendo gasto perto de cinco mil milhões de euros, estimando-se que, até 2025, esse valor possa atingir os nove mil milhões de euros e que mais de sete milhões de portugueses venham a fazer compras online. Outro dado curioso é o da maioria dos portugueses utilizar já a Internet para consultar produtos, serviços e preços. É ainda de salientar a crescente utilização dos serviços públicos digitais e o valor exponencial das compras online efetuadas pelo Estado português, que, desde 2009, têm que ser obrigatoriamente realizadas em plataformas eletrónicas, e pelas empresas que, em 2018, foram superiores a 70 mil milhões de euros,” afirma Alexandre Nilo Fonseca, presidente da Direção da ACEPI.
De acordo com o estudo o comércio online B2B (Business to Business) + B2G (Business to Goverment) cresceu para os 82 mil milhões de euros, em 2018, em Portugal, valendo mais de 41% do PIB. Já a vertente B2C (Business to Consumer) cresceu para os 5,5 mil milhões de euros em 2018 em Portugal, valendo cerca de 3% do PIB. 50% dos portugueses fizeram compras online em 2018.
O estudo revela ainda que 75% das empresas de grande dimensão em Portugal têm iniciativas de transformação digital em curso, com estratégias e lideranças bem definidas. As empresas em Portugal esperam alcançar benefícios decorrentes da transformação digital na inovação de produtos e serviços (74%), na melhoria dos níveis de lealdade e relacionamento com os seus clientes (56%), no aumento das suas receitas (40%), no incremento da sua reputação e reconhecimento (29%), numa maior rapidez dos processos de inovação (27%), no acesso a novos mercados, segmentos de negócio e geografias (26%), no aumento da atração e retenção dos recursos humanos (16%) e no desenvolvimento da inovação no marketing (12%).
Como principais barreiras à transformação digital, as empresas identificam o facto de não possuírem os recursos humanos adequados (64%), os elevados custos envolvidos (62%), a ausência de definição de prioridades (41%) e a falta de conhecimento tecnológico (36%).
As 10 principais tecnologias que estão a ser implementadas pelas empresas portuguesas são cibersegurança (78%), cloud computing (74%), big data e analytics (60%), inteligência artificial.
Na área B2C, 70% dos portugueses recorre a site estrangeiros para compras online. A China (67%) é o país onde os portugueses preferem fazer as suas compras. Seguem-se a Espanha (46%), o Reino Unido (38%), os EUA (26%), a Alemanha (16%), outros países europeus (13%) e o Brasil (6%).
As três categorias de serviços mais comprados online pelos portugueses são alojamento (57%); viagens (44% e entretenimento (37%).