A Crédito y Caución prevê um aumento de 2,8% nas insolvências empresariais nos mercados desenvolvidos em 2019, em resultado das tensões comerciais e da perda de dinamismo da economia.
A perda de dinamismo da economia mundial traduziu-se no primeiro aumento anual das insolvências nos mercados avançados desde a crise financeira mundial de 2008 e 2009. A Crédito y Caución prevê que as insolvências empresariais cresçam 2,8% a nível mundial em 2019, oito décimos acima das previsões realizadas há três meses. “A revisão em alta deve-se principalmente a uma evolução das insolvências na América do Norte, pior do que o esperado, que deve agora ultrapassar a taxa de crescimento esperada para a Europa ocidental. Também se prevê que a região da Ásia-Pacífico registe um aumento sustentado”, explica o relatório.
Para 2020, a flexibilização da política monetária nos mercados desenvolvidos, em especial nos Estados Unidos, deveria proporcionar algum apoio ao crescimento económico e à atividade empresarial. No entanto, a falta de progressos na resolução das tensões comerciais provoca uma moderação nos investimentos e o aumento dos riscos de financiamento. Neste contexto, a Crédito y Caución prevê que as insolvências mundiais voltem a crescer mais 1,2% em 2020.
Por região, a América do Norte registará o maior crescimento (3,2% em 2019 e 1,7% em 2020) à medida que os estímulos económicos diminuam e as empresas comecem a enfrentar custos mais altos devido às tensões comerciais. Por mercados, o Reino Unido sofrerá o maior aumento de todos os países analisados (10% em 2019 e 5% em 2020).
A previsão para a Espanha é positiva, com uma estimativa de queda de 5% em 2019, num contexto de sólido crescimento económico. "O nível das insolvências mantém-se cinco vezes superior aos valores anteriores à crise, o que oferece uma ampla margem para redução", refere o relatório. Em Portugal, o relatório também prevê uma diminuição de 6% nos níveis de insolvência. As previsões da Crédito y Caución antecipam um aumento de 4% em Itália, devido à incerteza institucional. A taxa esperada para a França é de 3%, enquanto na Alemanha se limita a 1%.