De acordo com os cálculos da Crédito y Caución, a escalada global da guerra comercial poderia representar cerca de 1,5 biliões de dólares em perdas comerciais até o final de 2020. Um segundo efeito é que a incerteza sobre a política comercial impulsione um aumento no número de insolvências nos mercados avançados, após quase uma década de consideráveis melhorias anuais.
Estima-se que a aplicação de medidas protecionistas cada vez mais rigorosas, especialmente no comércio entre os Estados Unidos e a China, tenha efeitos negativos sobre outras economias, especialmente no Japão, Taiwan, Vietname e Coreia do Sul, os principais parceiros comerciais do gigante asiático, onde as exportações para a China já caíram entre 10% e 20%. Parte do comércio destas economias está a orientar-se para os Estados Unidos. Mercados como o Vietname viram um aumento de 40% nas suas exportações para a América do Norte, mas outros, como o Japão, têm maior dificuldade em desviar o seu comércio, na medida em que os seus custos laborais são mais elevados e o seu setor exportador está orientado para produtos de valor acrescentado.
"Se as políticas comerciais continuarem incertas e as relações comerciais tensas, as insolvências vão aumentar. Esperamos que o crescimento do comércio abrande até aos 2% este ano, antes de se recuperar ligeiramente em 2020, e que as falências aumentem 2% este ano", comenta Andreas Tesch, Chief Market Officer da Atradius. "Neste contexto, o risco mais importante é que as empresas se tornem cada vez mais vulneráveis, especialmente no que se refere à dívida corporativa. Por esta razão, é da maior importância que os fornecedores que vendem a crédito realizem uma avaliação precisa da solvência dos seus compradores utilizando a informação de crédito mais atualizada para evitar problemas sérios nos fluxos de caixa que poderiam prejudicar a sua atividade. O seguro de crédito comercial e os seus serviços de informação continuam a ser o instrumento mais eficaz para assegurar a sobrevivência das empresas caso os compradores não paguem".