A disrupção digital está a potenciar o grande crescimento, a nível mundial, das compras online de bens de grande consumo, mas o aparecimento de novos modelos de e-commerce e de novos ecossistemas está a forçar os operadores a uma profunda e rápida adaptação.
De acordo com as contas da IGD, em 2023, o mercado online de Fast Moving Consumer Goods (FMCG) irá crescer 66% na Europa, para os 47 mil milhões de euros. A quota de mercado do e-commerce nos FMCG será de 2,5% a nível europeu, valor que compara com os 1,8% de 2018. Mas, apesar do forte desempenho na Europa, na América do Norte e na Ásia antecipam-se crescimentos ainda maiores, de, respetivamente, 152% e 196%. “A digitalização no alimentar e nos bens de grande consumo já causou disrupção e transformou estes sectores, mas ainda está tudo apenas a começar”, alerta Susan Barratt, CEO da IGD, que acredita que os retalhistas terão de trabalhar mais e mais rápido para limitar o impacto dos especialistas online e dos novos ecossistemas ou para concorrer com os mesmos.
A IGD prevê que a importância de parcerias estratégicas entre retalhistas e empresas de tecnologia irá aumentar rapidamente, de modo a reduzir a diferença para os chamados “pure players”. A inteligência artificial irá transformar as relações comerciais entre os retalhistas e os seus fornecedores. Os operadores mais avançados conseguirão diversificar o negócio de modo a tornarem-se menos dependentes da venda de produtos.
A consultora fala da chegada do e-commerce 2.0, com novos modelos de vendas mais criativos. Os “pure players” estão a abrir as suas próprias lojas físicas ou a estabelecer alianças com retalhistas tradicionais e cada vez mais fabricantes estão a começar a vender diretamente aos consumidores, através de plataformas de encomendas conjuntas ou de marketplaces. De acordo com a IGD, alguns operadores logísticos tornar-se-ão retalhistas e o social commerce ganhará preponderância.
De igual modo, irão aparecer novos ecossistemas, agrupando os serviços de retalho e de consumo aos logísticos e financeiros e à tecnologia. Através da centralização dos dados e da utilização de tecnologia avançada, estes ecossistemas irão beneficiar de informações em tempo real sobre o comportamento dos consumidores, permitindo-lhes adaptar-se rapidamente à mudança.