Os consumidores portugueses consideram que é prioritário promover o consumo de produtos locais. Esta é uma ideia partilhada pela maior parte dos europeus inquiridos para o Barómetro Europeu do Observador Cetelem, este ano dedicado ao tema «Pensar Local, Agir Local». Portugueses e europeus salientam que algumas instituições fazem mais do que outras pelos produtos locais.
Para os consumidores portugueses, o incentivo à aquisição de produtos locais é um tema que deve ser encarado como prioritário (53%). Um valor elevado se considerarmos que, em média, entre os inquiridos dos 17 países europeus apenas 39% consideram esta promoção como prioritária. Já para 46% dos consumidores nacionais, esta é uma matéria importante, mas não prioritária (46%) e apenas 1% a considera pouco importante.
Os italianos são os que se mostram mais favoráveis à necessidade de um esforço da sociedade neste sentido, com 58% dos cidadãos a considerar a promoção como prioritária. Os portugueses surgem na segunda posição, seguidos pelos franceses (49%). Checos (25%), belgas e polacos (26%) são os que menos consideram a promoção de produtos locais como prioritária.
Para 65% dos portugueses um produto local é um produzido na região em que vivem e 33% são da opinião que corresponde a um artigo produzido em território nacional. Apenas 5% consideram como produto local um que seja fabricado num país Europeu, o que sinaliza dúvidas sobre a coesão do mercado único.
Envolvimento das organizações na promoção dos produtos locais
Na opinião dos consumidores, os pequenos comerciantes e artesãos (89% dos portugueses e 80% dos europeus), as ONG - Organizações Não Governamentais (78% e 76%) e os cidadãos (72% e 67%) são os mais envolvidos na promoção dos produtos locais.
Além de Portugal, o envolvimento dos pequenos comerciantes e artesãos é particularmente reconhecido em Portugal e Espanha (89% e 88%), sendo menos assinalado na Dinamarca e na Alemanha (59% e 66%). Os esforços desenvolvidos por ONG são amplamente reconhecidos em Portugal (78%), Espanha (82%), França (81%) e Noruega (81%), sendo menos evidente na República Checa (64%). Já o papel dos cidadãos é mais reconhecido na Eslováquia (80%) e na Suécia (74%), mas menos manifesto na Dinamarca (62%) e na Áustria (61%).
Menos consumidores portugueses consideram os Media (57%), o(s) Governo/Poderes públicos (52%) e a União Europeia (48%) como instituições participativas. Ainda assim, há mais portugueses a reconhecer a participação destas entidades do que entre os europeus (49%, 44% e 42%). A meio da tabela encontram-se empresas – confirmadas por 67% dos portugueses e 56% dos europeus – e as marcas/distribuidores (62% e 59%, respetivamente).
Embora reconheçam que há uma necessidade de fazer mais pelo consumo local, este é já uma realidade concreta aos olhos dos consumidores, com 66% a ter a opinião que se encontram disponíveis numerosos produtos deste tipo e 61% a afirmar que são facilmente identificáveis.