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67% das empresas em Portugal acreditam que estão em condições de competir a nível global
2019-03-18

Um estudo elaborado pela consultora QSP, em que participaram 232 gestores de empresas a operar em Portugal, mostra que 72% das empresas portuguesas não sentem resistência à mudança e consideram terem uma elevada capacidade de adaptação.

O estudo “Convergence – The Survey” revela ainda que a criatividade na gestão, a integração de recursos humanos de diferentes culturas e a inovação tecnológica são as principais preocupações dos gestores inquiridos. Destes, 67% considera que as empresas estão em condições de competir a nível global.

A convergência entre a criatividade e o pragmatismo da gestão foi a prioridade mais referida pelos líderes, 93%, seguida da integração de diferentes culturas nas equipas, 78%. De salientar que 57% das empresas questionadas têm colaboradores de mais do que uma nacionalidade, 43% reúne no local de trabalho pessoas de mais do que uma etnia ou raça e, em pelo menos 40% dos casos, as equipas têm elementos de diferentes orientações sexuais. 34% integra colaboradores portadores de deficiência.

Há, no entanto, diferenças assinaláveis entre grandes e pequenas e médias empresas. Para 70% das empresas mais pequenas (menos de 49 trabalhadores), é difícil integrar recursos humanos culturalmente muito diferentes. Já nas grandes empresas, 80% dos inquiridos consideram que não existe esta dificuldade.

O estudo aborda a importância da convergência nas empresas, mote para a edição deste ano do QSP Summit, que vai decorrer a 21 e 22 de março, na Exponor. Para Rui Ribeiro, CEO da QSP-Consultoria de Marketing, empresa organizadora do QSP Summit, “este estudo revela a maturidade da nova geração de gestores portugueses. O facto de valorizarem a convergência criatividade-gestão mostra que estão atentos às grandes tendências mundiais. As empresas em geral estão a passar por um importante momento de adaptação com a transformação digital em curso. A integração dos mundos digital e tradicional nos mais diversos domínios provoca uma necessidade de convergência e novas abordagens nas práticas de gestão. São tempos muito desafiantes para as empresas, pelo que o tema não poderia ser mais relevante”.

A convergência entre o marketing e a tecnologia é o terceiro fator mais citado (76%), sendo que os avanços tecnológicos estão a preocupar os líderes das empresas em Portugal.

Se, por um lado, a tecnologia é a prioridade mais citada em termos de investimento, a rapidez da inovação assusta os gestores pela dificuldade em conseguirem estar a par dos desenvolvimentos.

60% dos inquiridos procuram implementar novas tecnologias, mas 57% reconhece que não o consegue fazer rapidamente e 55% admite dificuldades em implementar tantas novidades tecnológicas em simultâneo.

Se a força de vendas com equipas de comerciais é o mecanismo mais utilizado para as marcas chegarem ao mercado (62%), o estudo revela que quase 70% das empresas utilizam, pelo menos, um meio online para chegar aos seus clientes, seja pelas redes sociais, loja online própria ou através de um marketplace.

As questões que mais preocupam os gestores em Portugal são os dados, incluindo recolha e análise, e o armazenamento (cloud). Mais de 90% das empresas consideram que investir em software de análise de dados (analytics) e em plataformas de recolha de dados é totalmente ou muito prioritário. Mais de 60% centra-se em investir num melhor e mais seguro armazenamento da informação (cloud).

Sandra Marques de Vasconcelos, Head of Marketing Research da QSP, lembra que “a transformação digital permite extrair informação poderosíssima, sobretudo se soubermos o que fazer com ela e conseguirmos aprender com ela. As empresas já sabem que não é produtivo investir em comunicação externa e tecnologia, sem conhecer e sem se adaptarem a quem a vai receber”.

As conclusões do estudo revelam também que 68% das empresas não estão preocupadas com a globalização de grandes “players” tecnológicos, como o Facebook, a Amazon ou o Google, sendo as empresas de menor dimensão as que demonstram maior preocupação com esta concorrência.

Rui Ribeiro alerta que “a hegemonia destes gigantes tecnológicos é um dos temas mais discutidos em todo o mundo. Nos Estados Unidos da América, a Amazon tem já um lugar de eleição e, em muitos países, as lojas de rua estão a perder a sua posição dominante, nomeadamente no retalho de moda. A Comissão Europeia tem sido das entidades mais críticas e ativas neste domínio. As maiores empresas portuguesas afirmam neste estudo que não têm receio da globalização e da era de transformação, mas será que estão a munir-se das ferramentas certas? Este é um dos temas em debate no QSP Summit”.

Convergência é o grande tema da 13.ª edição do QSP Summit, que vai reunir mais de 2.300 decisores com os grandes especialistas mundiais. Este estudo demonstra a relevância e atenção dada a algumas perspetivas da convergência, mas muitas outras serão discutidas: humanos-robôs, tecnologia-workplace, online-offline, produto-branding, dados-intuição, produto-serviço, entre outras.


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L.Branca/PAE

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