A cadeia de grandes armazéns norte-americana Sears declarou insolvência, colocando em risco 90 mil postos de trabalho.
Confirma-se, assim, a informação que já tinha sido avançada na semana passada pela Grande Consumo, de que esta retalhista histórica, em atividade desde 1880 e que já foi líder de mercado, estaria a equacionar recorrer aos tribunais e pedir proteção face aos credores, num último esforço para manter o negócio no vital período das vendas de Natal.
A medida, que permite às empresas reestruturar a sua dívida e evitar o colapso total, irá acarretar o encerramento de 142 das 886 lojas Sears, num esforço para reduzir os custos. A empresa não terá conseguido pagar a dívida de 115,52 milhões de euros.
Ao longo da última década, a Sears encerrou mais de mil lojas. Os prejuízos acumulados nos últimos cinco anos ascendem aos cinco mil milhões de euros. A empresa, que já representou 1% do Produto Interno Bruto dos Estados Unidos da América, viu as suas vendas caírem para os 14,4 mil milhões de euros, no último ano fiscal, valor que comprara com os 43,10 mil milhões de euros que faturava em 2008. “Hoje, vivemos um dia infame para o retalho. Testemunhamos o colapso de um retalhista que já foi o farol desta indústria”, comenta Neil Saunders, managing director da Global Data. “Contudo, não é constitui uma surpresa, porque esta era a direção que a Sears levava há demasiado anos e sem que, virtualmente, tivesse feito algo a sério para mudar o curso dos acontecimentos. No nosso entender, vários fatores contribuíram para a queda da Sears, mas, acima de tudo, deve-se ao falhanço da gestão em entender o retalho e fazer evoluir a Sears de modo a que pudesse ter uma oportunidade de sobrevivência. Os erros remontam aos anos 1980, quando a Sears se diversificou em demasia e perdeu o foco que fez dela, um dia, o maior retalhista do mundo e o mais inovador de todos”.