Os administradores e CEO das médias e grandes empresas consideram que a redução da carga fiscal das empresas deve ser a medida prioritária do próximo Orçamento do Estado. Paralelamente, defendem a alteração do atual código de IRC como o melhor instrumento para a promoção da competitividade nacional e internacional.
Estas são duas das principais conclusões da 15.ª edição do "Barómetro Económico" realizado pelo Kaizen Institute Portugal, que pretende analisar o tecido empresarial português em temas essenciais para o crescimento e futuro das empresas e da economia. A pesquisa mostra ainda que os gestores estão ligeiramente menos otimistas, tendo o grau de confiança na economia nacional descido para os 12,8 valores, comparativamente com os 13,2 de fevereiro. “Os gestores mantêm uma certa expectativa, mas, globalmente, acreditam num desempenho positivo da economia nacional, colocando os fatores externos como as principais ameaças. É possível afirmar que a carga fiscal para as empresas é o motivo que mais preocupa os inquiridos, numa altura em que o Orçamento do Estado está prestes a ser apresentado. O peso do IRC, não só para os investidores nacionais como também para os internacionais, é apontado como um fator de bloqueio”, afirma António Costa, Senior Partner do Kaizen Institute Western Europe.
O mais recente barómetro económico indica também que a maioria dos participantes defende que a continuidade de Joana Marques Vidal no cargo de procuradora-geral da República seria fundamental para a credibilidade do sistema de justiça.
No próximo Orçamento do Estado, a medida mais importante a introduzir é a redução da carga fiscal das empresas (46%), seguindo-se o reforço do investimento em saúde, educação e transportes públicos (28%) e a redução de impostos para os consumidores (20%). A maioria dos gestores (66%) considera também que, do ponto de vista da política fiscal, o melhor instrumento para a promoção da competitividade nacional e internacional é a alteração do atual código de IRC, já que se trata de um potencial obstáculo ao IDE, afetando as decisões de investidores estrangeiros.
Sobre o crescimento do PIB, mais de metade dos inquiridos (56%) acredita que as previsões do Banco de Portugal, entre este ano e 2020, vão ser cumpridas. No capítulo das ameaças à economia nacional, são eleitos os fatores externos (34%), a redução lenta da dívida pública (26%) e o aumento do endividamento das famílias (15%).
Nos próximos seis meses, metade dos participantes não pensa em expandir as operações dos seus negócios para outros mercados. Já num horizonte a três anos, destacam-se as perspetivas de crescimento das empresas até 10% (46%) e entre 10% e 25% (38%).