A opinião dos portugueses sobre a sua vida pessoal é agora positiva. A melhoria sentida em matérias de condições de trabalho contribui para esta avaliação, à semelhança do que acontece noutros países europeus. De acordo com o Observador Cetelem Consumo 2017, 42% têm a expetativa de que a sua situação vai melhorar nos próximos dois anos. Estão, no entanto, pessimistas com o seu futuro e dos seus filhos.
A confiança e otimismo parecem estar de regresso na vida dos portugueses. Os dados do estudo do Observador Cetelem Consumo 2017 apontam agora para um resultado positivo, de 5,1 pontos, numa escala de 0 a 10. No ano passado, o valor registado era negativo, de 4,7. Ainda assim, estamos entre os mais pessimistas da europa, sendo que a média no velho continente é agora de 5,5 pontos. Os mais otimistas são os austríacos, com 6,4 pontos, os dinamarqueses e os britânicos, ambos a atingirem os 6,3. Abaixo de Portugal apenas a Bulgária e a Hungria, com 4,2 pontos.
Na esteira destes resultados, os portugueses parecem acreditar que, pelo menos a curto prazo, o melhor ainda está para vir. Para 42% dos inquiridos a sua vida vai melhorar nos próximos dois anos, mais 10 pontos percentuais que a média global do estudo. Apenas os romenos, onde 50% dos inquiridos acreditam na melhoria da sua situação a curto prazo, dinamarqueses, com 49%, e eslovacos, 44%, estão acima do otimismo nacional. 16% dos portugueses demonstram menos confiança, valor bem abaixo da média europeia de pessimistas, que é de 23%. A Dinamarca é o país onde menos consumidores pensam que as suas condições de vida vão piorar, 12%. No polo oposto, os países mais pessimistas são a França e a Áustria, com 29% de respostas nesse sentido entre os inquiridos pelo Observador Cetelem Consumo 2017.
Limites ao otimismo
No entanto, o otimismo parece ter limite temporal, pois os portugueses mostram-se bem mais pessimistas quanto ao futuro. A saúde acaba mesmo por ser o aspeto no qual mais confiam a prazo, pelo menos 58% dos inquiridos. Abaixo do limiar dos 50% encontram-se as mais variadas matérias. Assim, apenas 48% dos portugueses estão otimistas no futuro, 43% na evolução do seu poder de compra, 38% no futuro da empresa que gere ou onde trabalha, 32% no futuro dos filhos e 24% no futuro das próximas gerações.
Há ainda alguns dados surpreendentes. Desde logo, e ao contrário do que tantas vezes transparece, os portugueses manifestam ter elevada autoconfiança, com 92% dos inquiridos a assumir essa postura. Este é um valor superior à média global de 87% e muito próximo de alemães e austríacos, que lideram esta categoria com 96%. Por fim, apenas um terço diz confiar na sociedade atual; 45% acreditam no ser humano e 61% dos consumidores veem o progresso de forma positiva.