Cerca de 14% dos portugueses afirmam partilhar ou trocar bens, como móveis, eletrodomésticos e vestuário, mais do que há cinco anos. Uma percentagem acima da média europeia, que se situa nos 9%. À frente dos portugueses na troca e partilha de bens estão apenas os húngaros com 16% de consumidores a afirmarem recorrer mais a essa prática hoje do que antes da crise. Estas são conclusões do mais recente estudo do Observador Cetelem, que procurou saber quais as práticas de consumo que mais evoluíram nos últimos cinco anos.
As compras de artigos novos pela Internet encabeçam as novas práticas de compra dos europeus. Apenas 15% não realizam compras de artigos novos online. Os portugueses destacam-se a esse respeito: 33% não realizam de todo compras novas na Internet. De facto, os consumidores portugueses são os que menos afirmam comprar mais artigos novos na Internet do que há cinco anos (28% vs 39% da média europeia).
O estudo demonstra ainda que o mercado de segunda mão está a ganhar terreno face às compras de artigos novos em lojas e tem crescido fortemente tanto no lado da revenda como da compra. Cerca de 6 em cada 10 europeus revendem os seus objetos e 2 em cada 3 compram artigos em segunda mão. Em Portugal, 26% dos consumidores afirmam revender produtos mais do que antes e 21% dizem comprar atualmente mais itens em segunda mão.
O drive, sistema que permite encomendar produtos online e levantá-los depois em loja, está a progredir significativamente: cerca de 15% dos consumidores europeus utilizam-nos mais hoje do que há cinco anos. Em Portugal, são apenas 10% os consumidores a afirmarem recorrer mais ao drive. Já na Europa Central e Oriental essa percentagem é bastante superior: 39% na República Checa, 28% na Polónia e 20% na Eslováquia e na Roménia.
Para as análises e previsões deste estudo foram inquiridos 8.719 europeus (pelo menos 500 indivíduos por país, com idade superior a 18 anos) através da Internet, em 12 países: Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Itália, Portugal, Reino Unido, Hungria, Polónia, República Checa, Eslováquia e Roménia. Os inquéritos foram realizados entre 4 de novembro e 2 de dezembro de 2014 pelo Observador Cetelem, em parceria com a sociedade de estudos e consultoria BIPE, com base num inquérito barométrico conduzido pela TNS Sofres.