Comentário - Está na hora de reunir os profissionais do comércio especialista Electro?
Temos recebido alguns comentários sobre a consulta que lançámos ao mercado sobre realizar ou não um encontro dos profissionais do comércio Electro. Resolvemos publicar alguns deles optando por não os identificar para não ferir susceptibilidades nem influenciar ninguém.
Enviado por um profissional do Porto - 30-5-2011
"Na minha opinião, existe um tema que deveria ser discutido com a maior frontalidade e de carácter urgente, que é o facto do mercado, de uma vez por todas, admitir uma quantificação correcta sobre a verdadeira quebra de vendas. Não existe nenhum outro sector onde os vários operadores pretendam iludir uma situação de vendas completamente irrealista, que nos está a levar a uma quebra acentuada das margens, sendo que alguns operadores, para justificarem internamente os volumes de vendas, começam a entrar numa prática de negócios com preços abaixo do custo, através de campanhas de descontos e retomas, que não são mais do que uma compra de quota de mercado para justificar vendas que, na realidade, não existem, pois estão a vender ao próprio mercado, não se tratando de sell-out mas sim de transferência de produto de um ponto de venda para outro de menor dimensão. Este processo de comprar as vendas tem como consequência a delapidação completa das margens, arrastando assim todo o sector para o precipício. O facto do mercado cair 10%, 20% ou 30% deve ser assumido definitivamente, para que todos juntos possamos defender o negócio e ajustar as estruturas para uma nova e correcta realidade com margens objectivas de sustentabilidade futura".
As direcções comerciais das multinacionais e importadores deveriam dar o primeiro passo no sentido de terminar com esta farsa e ajudar a clarificar o ponto em que o negócio se encontra, em vez de continuar a exigir valores completamente desajustadas com a actual situação económica. A curto prazo os preços irão cair ainda mais e os incobráveis, as insolvências e as falências vão aparecer ainda com maior intensidade, destruindo definitivamente o retalho tradicional e contribuindo para a continuação do engrandecimento das grandes cadeias, com a inevitável perda do tecido empresarial e distribuição de riqueza necessária para o bom funcionamento da economia. Estas transformações de nível económico estão apenas a favor de uma globalização sem precedentes que vai fazer com que os líderes deste processo a seu tempo não tenham a quem vender pois tudo será dos mesmos.
Poderá parecer um pouco abstracto, mas a fórmula para resolução de todo este problema que estamos a viver não me permite pensar de outra forma."
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Todas as sugestões e participações são bem vindas visto o objectivo desta acção (a realizar-se) ser a discussão e análise de soluções operacionais e eficazes para o negócio Electro em Portugal.