O sector do comércio foi o mais afectado ao nível das insolvências decretadas em 2008.

Segundo noticia o Diário Económico, a fraca procura interna e os níveis ainda elevados das taxas de juro foram as principais causas de dificuldades para um sector que ainda está muito dependente do crédito.

Os dados Coface a que o Diário Económico teve acesso revelam que, no ano passado, o número de processos de falência disparou 53,9 por cento, abrangendo 3.267 empresas. Só no quarto trimestre o número total de processos de insolvência chegou aos 1.149. Porto, Lisboa e Braga foram, por esta ordem, os distritos mais afectados. Por sectores, foi no comércio por grosso e retalho que mais empresas encerraram, seguido dos têxteis e construção.

As acções de insolvência aceleraram a partir de Junho. Do total dos mais de três mil processos de falência, 1.362 resultaram de acções interpostas por terceiros. Regra geral, são os bancos e os fornecedores que avançam com os pedidos de insolvência para pressionar os pagamentos de dívidas.

O estudo da Coface citado dá conta de um outro indicador negativo, o da criação de empresas. Apesar de ter crescido 3,6 por cento entre 2007 e 2008, a variação de empresas criadas ficou muito aquém das falências.