Dois terços das empresas vão aumentar investimento em inteligência artificial nos próximos três anos
A adoção da inteligência artificial (IA) por parte das empresas continua a registar crescimento, em linha com os dados de 2020, tendo os benefícios demonstrado um maior impacto na redução de custos no primeiro ano da pandemia de COVID-19. As conclusões fazem parte da mais recente edição do relatório da McKinsey & Company sobre o estado da IA em 2021 – “The state of AI in 2021”.
De acordo com o relatório, que analisa a implementação desta tecnologia em empresas de todo o mundo ao longo do último ano, bem como a forma como esta gera valor ao negócio, cerca de dois terços dos inquiridos revelam que os investimentos das suas empresas em IA continuarão a aumentar nos próximos três anos.
Os dados mais recentes mostram também que 56% das empresas já integra esta tecnologia em pelo menos uma função nas suas organizações, contra 50% em 2020. Este crescimento verifica-se sobretudo em países com economias emergentes, nomeadamente na China, no Médio Oriente ou no Norte de África, onde 57% dos entrevistados indicaram a adoção de IA, vs 45% em 2020.
Os últimos dois relatórios da McKinsey & Company mostram que as funções de negócios em que a adoção de IA é mais comum estão relacionadas com operações de serviço, desenvolvimento de produto e serviço e, ainda, marketing e vendas, embora os exemplos de uso mais populares abranjam uma grande variedade de funções.
Entre elas encontram-se a otimização de operações de serviço (27% dos inquiridos), aperfeiçoamento de produtos baseados em IA (22%) e automatização de centros de contacto (22%).
27% das empresas inquiridas atribuem 5% do EBIT à adoção de IA
O inquérito comparou também a relação entre a adoção de IA e os resultados financeiros das empresas, uma relação com cada vez maiores benefícios: 27% das empresas relataram que pelo menos 5% do lucro antes de juros e impostos (EBIT) é atribuível à adoção de tecnologias de IA, um crescimento de 5 pontos percentuais em relação ao relatório do ano transato.
Neste sentido, as organizações que reportam um maior impacto da IA nos resultados são aquelas que apresentam uma maior flexibilidade organizacional e adoção de boas práticas em modelos, ferramentas, tecnologias e utilização de dados.
Embora os benefícios da receita de IA se tenham mantido estáveis ou mesmo diminuído desde o relatório anterior – especialmente no que diz respeito à gestão da cadeia de fornecimento, onde a IA provavelmente não compensaria os desafios da cadeia de abastecimento global da era da pandemia – o mesmo não se aplica aos custos.
Segundo o relatório, os entrevistados relataram maiores economias dos custos com IA do que anteriormente em todas as funções, com as maiores mudanças a evidenciarem-se no desenvolvimento de produtos e serviços, marketing e vendas, e estratégia e finanças corporativas.
Necessidade de mitigar riscos de IA mantém-se
Esta pesquisa global concluiu que as empresas não estão apenas a utilizar IA em operações de machine learning, mas estão também a investir de forma mais eficiente na sua utilização tirando partido das tecnologias na cloud. Paralelamente, estas empresas são também mais propensas do que outras organizações a envolver-se numa série de atividades para mitigar os riscos relacionados com a IA, uma área onde há espaço para melhorar.
Os dados mostram que a segurança cibernética continua a ser o risco mais reconhecido entre os entrevistados, embora tenha decrescido em relação a 2020, assim como a necessidade de cumprimento regulatório associado à IA.