Empresas que investiram em inovação tecnológica durante a pandemia rentabilizam o seu negócio cinco vezes mais
De acordo com um novo estudo da Accenture, as empresas que mais investiram em tecnologia durante a pandemia de Covid-19, quando comparadas com os seus principais concorrentes, aumentaram significativamente a sua previsão de crescimento. O estudo destaca o papel fundamental da tecnologia no sucesso das empresas, o que permite, num dos momentos mais disruptivos da história, não só a sua a sobrevivência como também um rápido crescimento.
O estudo ‘Make the Leap, Take the Lead’ demonstra que devido ao aumento dos investimentos na cloud, em inteligência artificial (IA) e outras tecnologias, as ‘Leaders’ apresentam um crescimento de receita cinco vezes mais rápido do que as suas concorrentes, ‘Laggards’, um valor significativamente maior do que era registado pelas mesmas há alguns anos, quando se cifrava apenas no dobro. Contrastando com as muitas empresas ‘Laggards’ que fizeram os seus primeiros investimentos em novas tecnologias há pouco tempo, e apenas com o objetivo de garantir a manutenção do negócio durante o período de pandemia. Este facto coloca as ‘Laggards’ ainda mais atrás nesta corrida.
Surgiu uma nova categoria de empresas: os ‘Leapfroggers’ – que representam 18% da amostra total deste estudo. São empresas que reduziram o cronograma da transformação digital através de estratégias tecnológicas agressivas e progressivas, e que converteram os desafios do ano que passou em oportunidades e vantagens competitivas. O grupo destaca-se pela capacidade de encontrar rapidamente o equilíbrio entre as resistências do sistema (‘Systems Strength’) e a necessidade de inovar.
"O estudo da Accenture avaliou as empresas de acordo com o conceito de ‘Systems Strength’, que mede o nível de adoção tecnológica, a aplicação de tecnologias em larga escala e o nível de preparação organizacional e cultural para a inovação. As empresas com pontuação mais alta nesta categoria e que conseguiram direcionar substancialmente os seus orçamentos de TI para a inovação, apresentaram um crescimento bastante acima das ‘Laggards’", afirma Rui Barros, Managing Director responsável pela área de Tecnologia, na Accenture Portugal.
"Entretanto, os ‘Leapfroggers’, demonstram também um enorme progresso através da manutenção da ‘Systems Strength’ e pela inclusão generalizada de inovação em todas as áreas da empresa. Neste momento, os ‘Leapfroggers’ estão a fazer crescer as suas receitas quatro vezes mais depressa do que as ‘Laggards’".
O estudo inquiriu 4.300 indivíduos, classificou as empresas como ‘Leaders’ (10%), ‘Leapfroggers’ (18%) e ‘Laggards’ (25%), e analisou o desempenho financeiro de cada grupo.
"Este estudo mostra que as empresas líderes adotam tecnologias inovadoras mais cedo e realizam investimentos mais frequentes do que os seus pares", explica Pedro Galhardas, Managing Director responsável pela área de Strategy & Consulting, na Accenture Portugal. "São empresas que se concentram não apenas na implementação de novas tecnologias, mas também nas etapas críticas necessárias para garantir, com sucesso, a sua adoção em toda a empresa, e que incluem formas de trabalho mais ágeis, e a introdução de mudanças culturais importantes que reforçam tanto a inovação como a formação dos seus colaboradores. Cada uma destas ações resulta na criação de novo valor sustentável para os stakeholders destas empresas".
O estudo mostra que as estratégias que emergem da tecnologia garantem um sucesso ainda maior quando as empresas dominam três imperativos:
Transição para a cloud com o objetivo de melhorar a ‘Systems Strength’, limitando a quantidade de tecnologias redundantes e de dados desconexos em TI e conquistando capacidade de processamento e flexibilidade. Por exemplo, 80% dos ‘Leapfroggers’ adotou tecnologia na cloud ainda em 2017. Em 2020, esse número aumentou para 98%.
Reestruturação focada numa estratégia que priorize a inovação tecnológica. Os ‘Leapfroggers’ destacam-se pela mudança de mentalidade e pela capacidade de ver potenciais problemas como oportunidades de inovação, através da utilização de novas tecnologias. Para os ‘Leapfroggers’, o crescimento da aposta em inovação foi uma prioridade absoluta durante a pandemia e 67% procuraram fazer crescer de uma forma agressiva os lucros através da aposta em áreas de negócio que até aí não eram o seu core business.
Aumentar, por parte das diversas áreas de negócio, o acesso à tecnologia e adotar um plano mais vasto, que inclua requalificação profissional personalizada, o bem-estar e a saúde mental dos colaboradores. Cerca de 65% das empresas ‘Leaders’, contra apenas 43% dos ‘Laggards’, atribuem prioridade ao bem-estar dos seus colaboradores e proporcionam aos mesmos o acesso a formas de trabalho flexíveis e que têm por base o digital.
Mais de 70% das empresas ‘Leaders’ fizeram crescer os seus investimentos em segurança na cloud e, 68%, fizeram a sua aposta em hybrid cloud. Estas empresas também aprofundaram tecnologias como Internet of Things - IoT (70%), IA e machine learning (59%). A construção de uma plataforma na cloud proporciona economia de custos e redireciona os orçamentos das áreas de manutenção de TI para inovação. Ambos fornecem uma base sólida para alinhar estratégias de tecnologia com objetivos de negócio, e que geram valor 360 graus para os stakeholders da empresa.
Os ‘Leapfroggers’ conseguiram ordenar as suas estratégias e prioridades tecnológicas num espaço de tempo reduzido, usaram a crise para aumentar em 17% a utilização de tecnologias avançadas e emergentes e implementaram-nas em todas as áreas de negócio. Também promoveram mudanças organizacionais estratégicas, que lhes permitiram tirar o máximo proveito das novas tecnologias e realizar a sua jornada de transformação digital em meses, em vez de anos.