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79% das empresas têm que aceitar prazos de pagamento superiores aos desejados
2021-05-20

De acordo com o Estudo de Gestão de Risco de Crédito em Portugal, impulsionado pela Crédito y Caución e Iberinform, os estímulos fiscais e as injeções extraordinárias de liquidez ao tecido produtivo remeteram os prazos de pagamento entre empresas a níveis pré-pandemia. Há um ano, quando se tomaram as primeiras medidas de distanciamento social e o encerramento temporário da atividade produtiva, coincidindo com a declaração inicial do Estado de Emergência, as empresas portuguesas esperavam um severo agravamento dos prazos de pagamento nas operações comerciais.

De acordo com o estudo, 14% do tecido produtivo teve que trabalhar em 2020 com prazos superiores a 90 dias quando há um ano 33% das empresas portuguesas esperava ter que suportar esses prazos de pagamento por causa de problemas de liquidez. No entanto, para 2021, 18% do tecido empresarial prevê trabalhar com prazos superiores a 90 dias, o que representa um agravamento dos prazos nos seus créditos comerciais. Apenas 41% das empresas opera com os prazos inferiores a 60 dias previstos no Decreto-Lei n.º 62/2013 de transposição da Diretiva Europeia de medidas de luta contra os atrasos de pagamento nas transações comerciais.

Setenta e nove por cento empresas aceitam prazos de pagamento superiores aos desejados para poderem manter as suas carteiras de clientes. O estudo revela pior comportamento nas PME do que nas Grandes Empresas; 39% das GE tiveram de aceitar prazos de pagamento superiores aos desejados face a 49% no segmento das PME. Este comportamento está relacionado com outras evidências reveladas pelo estudo, como o aumento dos problemas de liquidez do tecido empresarial. O melhor comportamento regista-se no setor público. Apenas 14% das empresas que têm relações comerciais com a Administração Pública têm que aceitar uma extensão dos prazos de pagamento. A capacidade dos profissionais liberais para impor prazos de pagamento também se situa nos 23%.

Ao abordar as razões que explicam os atrasos nos pagamentos, a falta de disponibilidade de fundos (77%) é a razão mais referida, antes do atraso intencional dos clientes (45%). A complexidade dos procedimentos de pagamento (12%), a emissão de faturas incorretas (5%) ou as disputas quanto à qualidade dos bens e serviços fornecidos (1%) completam os motivos apresentados pelos clientes para atrasar os seus pagamentos.

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L.Branca/PAE

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