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Millennials e Geração Z veem este momento como oportunidade para construir um futuro melhor
2020-07-27

Num ano marcado por uma crise pandémica planetária, por um “lockdown” generalizado e pelo início de uma crise económica de dimensões ainda difíceis de prever, as camadas mais jovens da população, os Millennials e a Geração Z, foram fortemente atingidas pelos efeitos da crise da Covid-19.

De acordo com o estudo “Deloitte Millennial Survey 2020”, a pandemia afetou drasticamente as carreiras dos jovens trabalhadores, com quase um quarto dos Millennials mais novos (25-30 anos) e 30% dos jovens da Geração Z a perderem o emprego ou a serem colocados em licença temporária e não remunerada. Apenas um terço dos Millennials e 38% da Geração Z não foram afetados nos seus trabalhos nem na sua remuneração.

O estudo, que já vai na sua nona edição e que este ano está dividido em duas partes, um pré-crise pandémica, de novembro de 2019 a janeiro de 2020, com inquéritos a 18.426 Millennials e jovens da Geração Z, em 43 países, e outra durante a crise, entre abril e maio, feita a 9.102 indivíduos em 13 países, repetiu várias questões, de forma a medir os efeitos da Covid-19 nas opiniões dos entrevistados. Apesar do forte impacto negativo nas carreiras, o estudo deteta sentimentos contraditórios, com os inquiridos a expressarem determinação em construir um futuro melhor.

Resiliência

As duas gerações permanecem resilientes diante das adversidades e estão determinadas a aproveitar este momento para fazer mudanças e impactar de forma positiva as suas comunidades e o mundo. Mesmo diante desta crise, as gerações Millennial e Z comprometem-se a melhorar a sociedade, agindo para construir um mundo em que empresas e governos espelhem os seus próprios compromissos.

Stress e saúde mental, amplificados por questões financeiras e de trabalho, permanecem questões críticas

Antes da pandemia, 50% dos Millennials e 52% da Geração Z afirmaram estar stressados a maior parte do tempo. Segundo o estudo, o bem-estar da família, o impacto financeiro a longo prazo e as perspetivas de emprego foram apontados como principais fontes de stress. No entanto, os níveis de stress caíram oito pontos percentuais nas duas gerações na segunda vaga do estudo, possivelmente indicando que a desaceleração da vida, durante o confinamento, terá reduzido os níveis de stress sentidos.

Apesar do ligeiro declínio observado na segunda fase, o stress e a saúde mental permanecem questões críticas para as gerações mais novas. Aproximadamente um terço dos Millennials e Geração Z tiraram uma folga devido ao stress antes da pandemia, apesar de cerca de metade ter dito aos seus empregadores que era por um motivo diferente. Acordos de trabalho flexíveis – que foram amplamente implementados como resultado da pandemia – podem ser uma solução: 69% dos Millennials e 64% da Geração Z afirmam que ter a opção de trabalhar a partir de casa, no futuro, aliviaria os seus níveis de stress.

As preocupações financeiras são também uma fonte de stress particularmente relevante para a geração dos Millennials, com grande parte a enfrentar agora uma nova crise, depois de dar início às suas carreiras durante a última grande recessão. Na primeira fase do estudo, metade dos Millennials inquiridos acreditava que a sua situação financeira iria piorar ou estagnar no próximo ano. Ao analisar os resultados dos 13 países da segunda fase do estudo, 61% dos participantes Millennials mantiveram a mesma falta de otimismo durante a pandemia, um salto de sete pontos percentuais em relação à primeira fase.

Determinação para construir um mundo melhor

As gerações mais novas têm levado muito a sério o propósito pessoal e social e tomam-no como uma missão de vida. Na segunda fase do estudo, os entrevistados indicaram que estavam a realizar ações “socialmente conscientes” em prol do planeta e da sociedade.

A crise da Covid-19 poderá reforçar essa inclinação, com quase três quartos dos inquiridos a garantirem que a pandemia os tornou mais empáticos relativamente às necessidades de outras pessoas, admitindo que tomarão medidas para impactar, de forma positiva, as comunidades em que se inserem.

O foco dos Millennials e da Geração Z em contribuir para um mundo melhor também se reflete nos seus hábitos de compra. Cerca de 60% afirma que planeia comprar mais produtos e serviços de grandes empresas que impactaram positivamente a sociedade e se preocuparam e cuidaram ativamente da sua força de trabalho, durante a pandemia. Cerca de três quartos farão um esforço extra para comprar produtos e serviços de empresas de menor dimensão, mas locais.

Por outro lado, as alterações climáticas surgiram, uma vez mais, como uma questão crítica para os Millennials e os jovens da Geração Z, antes e durante a crise da Covid-19. Antes da pandemia, metade dos entrevistados disse ser tarde demais para reparar os danos causados pelas alterações climáticas e apenas 40% expressou otimismo de que os esforços futuros para proteger o meio ambiente terão sucesso. No entanto, quatro meses depois, a percentagem de Millennials que acreditam termos atingido o ponto de não retorno caiu oito pontos, o que sugere uma melhoria nas perspetivas futuras face ao impacto ambiental da redução da atividade durante a pandemia.

O sentimento geral em relação ao mundo dos negócios, em geral, em todo o mundo continua em queda, seguindo a tendência dos estudos de anos anteriores. Na primeira fase do estudo, 51% dos Millennials afirmaram que o mundo dos negócios é uma força positiva e apostada em fazer o bem, menos do que os 76% de há três anos e do que os 55% registados em 2019. Na segunda fase do estudo, os números continuaram a cair para 41% nos Millennials e 43% na Geração Z (que reportou 52% na primeira pesquisa).

Outra conclusão do “Deloitte Millennial Survey 2020” é a de que os jovens trabalhadores estão mais leais em relação às suas empresas. Pela primeira vez, desde que a questão foi introduzida, há quatro anos, neste estudo, há mais Millennials a afirmarem que desejam ficar com os seus atuais empregadores por cinco ou mais anos do que aqueles que respondem que querem sair dentro de dois anos. A Geração Z continua mais interessada em mudar, mas apenas metade afirmou que gostaria de trocar de emprego dentro de dois anos, que compara com os 61% do ano passado.

Para Nuno Carvalho, partner da Deloitte, “a crise pandémica alterou de forma substancial a forma como olhamos para o mundo do trabalho, com os jovens trabalhadores, que foram particularmente atingidos pelo confinamento, a darem sinais de algum otimismo e vontade de melhorar as empresas, as comunidades em que se inserem e contribuir para a construção de um mundo melhor. Millennials e Geração Z demonstram que são gerações resilientes e que é neles que está a solução para um problema que é de todos”.


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L.Branca/PAE

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