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As insolvências na China vão crescer 25% em 2020
2020-04-15

A Crédito y Caución prevê um aumento das insolvências empresariais na China superior a 25%, especialmente centrado nas PME privadas a operar nos setores com pior rendimento e que tenham acesso limitado a financiamentos. Nos dois últimos anos, as insolvências na China cresceram devido a uma menor expansão económica e ao reequilíbrio da economia na direção do consumo interno. As empresas altamente endividadas em segmentos com excesso de capacidade, como o setor mineiro, celulose, circuitos impressos, têxtil, construção naval, energia solar, aço e metalurgia são especialmente vulneráveis. As empresas que dependem das exportações para os Estados Unidos, em especial nos setores da metalurgia, maquinaria eletrónica, têxtil e pneus, também apresentam dificuldades.

O surto de coronavírus afetou gravemente a economia chinesa no primeiro trimestre de 2020, gerando um impacto imediato nos setores do comércio, turismo, lazer, restauração, imobiliário, transportes e navegação, onde os fluxos de caixa se viram pressionados pela brusca deterioração das vendas. As medidas adotadas pela Administração chinesa para conter a expansão do surto tiveram um impacto significativo na procura interna, na produção industrial, no investimento e nas exportações. Apesar do retomar da produção e das medidas de estímulo, a Crédito y Caución prevê que a taxa de crescimento económico da China se deteriore acentuadamente em 2020, situando-se num crescimento zero ou chegando mesmo à contração.

A China viu as suas produções manufatureira e industrial paralisadas no primeiro trimestre de 2020. A retoma económica ver-se-á limitada pela persistente debilidade da procura, tanto interna como dos mercados externos, afetados pela deterioração na Europa e nos Estados Unidos. Entre os fatores de riscos para o baixo crescimento da China estão uma possível falta de contenção do surto no país, a evolução da pandemia a nível mundial e o conflito comercial com os EUA.

A Administração chinesa enfrenta um difícil equilíbrio entre o apoio ao crescimento económico e um processo ordenado de desalavancagem financeira a médio prazo. Embora a dívida do Governo central se mantenha inferior a 25% do PIB, a dívida total do país tem quase o triplo da dimensão da economia: a dívida dos governos locais ascende a 60-70% do PIB, a das empresas alcança os 155% e a das famílias não deixou de crescer nos últimos cinco anos, fruto do mercado hipotecário.

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L.Branca/PAE

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