O início do ano é sempre um bom momento para fazer um balanço dos desafios superados, bem como para refletir sobre os novos propósitos que se pretende alcançar nos próximos 12 meses. O que a priori se aplica ao campo pessoal, aplica-se da mesma maneira ao campo profissional, sendo que as empresas marcam os seus próprios desafios para atingir os objetivos e atender às necessidades dos clientes, sempre com base nas tendências de cada setor.
No caso da tecnologia, um mercado que evolui a olhos vistos, em que às vezes parece impossível continuar a evoluir ainda mais, o surgimento do 5G foi um dos marcos de 2019 e promete continuar assim neste novo ano. Mas, sem dúvida, haverá outras tendências em expansão que as empresas do setor devem ter em mente aquando da criação da sua estratégia. Assim, para entrarmos bem em 2020, a WIKO, empresa europeia de smartphones, destaca cinco tendências que visam continuar a ter um papel importante durante todo o ano.
Inteligência Artificial e Machine Learning
A Inteligência Artificial é uma das tecnologias mais usadas e aplicadas atualmente, mesmo em algumas situações de dia a dia que tomamos já como rotineiras, mas que tal não seria possível sem este conjunto de ferramentas - como quando o Google sugere uma palavra para concluir a pesquisa, por exemplo. A Inteligência Artificial é a capacidade de um conjunto de tecnologias para simular os processos cognitivos associados à inteligência humana, a fim de criar algoritmos ou dispositivos inteligentes que reagem como nós. A realidade é que essa tecnologia já é aplicada a produtos destinados ao utilizador final, como a câmara do smartphone, mas continuará a ser desenvolvida e melhorada para que possa ser aplicada em muitas outras áreas e dispositivos.
E é precisamente neste ponto, o da aprendizagem, onde entra o Machine Learning, que faz parte da IA, mas da perspetiva da aprendizagem para promover a autonomia dos equipamentos. Ou seja, partilha com essa tecnologia a recepção de dados e a execução de algoritmos, mas com o objetivo de os ajustar à medida que processam as informações e conhecem o ambiente, para aprenderem autonomamente. Será este o ano em que as máquinas conseguem superar os homens? Provavelmente não, já que, de momento, o ser humano ainda é superior no campo da aprendizagem, embora indubitavelmente haja muitos avanços nesse campo no próximo ano, orientados para atender às necessidades - criadas ou intrínsecas - das pessoas.
Internet of Things
A Internet of Things (IoT), ou Internet das Coisas, é uma realidade atual com infinitas possibilidades que se continuarão a desenvolver e, portanto, se intensificarão nos próximos anos. Esta tecnologia nada mais é do que a integração de sensores e dispositivos nos objetos da vida quotidiana das pessoas, seja no ambiente de trabalho ou pessoal, e também em setores profissionais como saúde, segurança, transportes ou smart cities, entre outras. Permite que estes estejam conectados à Internet e se tornem numa fonte de dados adaptáveis aos hábitos do utilizador.
É sem dúvida uma ferramenta muito útil para juntar informações do meio ambiente, melhorar a eficiência energética, alcançar cidades mais sustentáveis ou potenciar o desenvolvimento de novas soluções para o utilizador final, entre outras vantagens. Mas não devemos esquecer as mudanças na maneira de produzir que esta tecnologia causa, ou os desafios que enfrenta nos próximos anos, como a padronização ou a segurança dos dispositivos de IoT.
O setor competitivo da tecnologia torna os dados sobre os hábitos de consumo dos utilizadores muito úteis para as empresas, fornecendo as informações necessárias para inovar e crescer. Portanto, os dispositivos que integram esse tipo de tecnologia, como carros conectados a assistentes de voz, fazem parte do nosso presente, mas certamente também de um futuro próximo, na forma de novas oportunidades e versões aprimoradas.
Sensores biométricos e privacidade do utilizador
O sensor biométrico mais reconhecido pelos utilizadores é provavelmente o leitor de impressões digitais, um modo de identificação presente nos dispositivos do dia a dia, como o smartphone ou o sistema de controlo de acesso de algumas empresas. Estes sensores biométricos são basicamente sistemas mecânicos ou eletrónicos que registram a biometria e servem como um método para identificar pessoas.
Mas até que ponto são capazes de identificar o individuo com total certeza e segurança? É uma tecnologia em constante evolução que planeia expandir os seus usos e os dispositivos aos quais pode ser incorporada, oferecendo conforto ao consumidor. Atualmente, o reconhecimento facial pode ser considerado o sistema de identificação mais seguro, além de ser um dos mais populares. No entanto, existe um desafio que todos enfrentam no futuro próximo, um dos seus pontos fortes, que é a segurança e a privacidade que oferece ao utilizador. E a verdade é que a cibersegurança tem tantos desafios quanto oportunidades a cada passo que dá em direção à evolução tecnológica.
Assistentes de voz e pesquisas por voz
Quem nunca fez uma pesquisa por voz em qualquer um dos seus dispositivos tecnológicos? Fazer chamadas telefónicas, pedir a música que queremos ouvir ou encontrar o restaurante ou a loja para onde queremos ir são algumas das respostas que procuramos num assistente de voz. É uma tecnologia relativamente recente que deixou de estar na fase de adoção pelo utilizador final para se tornar numa das tendências do momento em apenas alguns anos.
Sem dúvida, os assistentes de voz são cada vez mais proeminentes em smartphones, e são esses os dispositivos que mais pessoas usam para fazer uso dessa tecnologia. Mas a sua pronta aceitação na sociedade indica que é uma tendência de expansão rápida e contínua, assim que o número de utilizadores de assistentes de voz a curto prazo deve aumentar, da mesma forma que os dispositivos que os integram aumentam também (carros, SmartTVs ou eletrodomésticos, entre outros).
A explosão do mCommerce
Embora o eCommerce seja uma tendência já totalmente instalada nas nossas vidas, a realidade é que existem muitos dispositivos pelos quais esse tipo de comércio pode ser realizado. Passamos mais tempo conectados e cada vez mais fazemo-lo a partir de um smartphone. Isso torna o ambiente móvel muito importante, tanto para pessoas quanto para empresas, que cada vez mais concentram as suas estratégias de vendas e marketing nesse formato.
Atualmente, mais da metade das visitas que as lojas eletrónicas recebem são feitas por smartphone - uma tendência que já é conhecida como mCommerce - e espera-se que, em 2020, até 50% das vendas venham do tráfego móvel. Superada a barreira de conforto e segurança que os utilizadores têm ao comprar pelo smartphone, o desafio agora é ir além e aproveitar os avanços tecnológicos que ainda estão por vir para oferecer novas possibilidades ao setor do comércio eletrónico. Será possível ter o produto em mãos, virtualmente, antes de fazer uma compra online em casa e sem recorrer a lojas físicas? Só o tempo poderá confirmar.