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Possível aumento global das insolvências no comércio a retalho de bens de consumo duradouros
2019-04-16

A expressão “business as usual” deixou de ser uma opção para o sector retalhista de bens duradouros que, segundo o mais recente relatório divulgado pela Crédito y Caución, enfrenta “a necessidade de se adaptar para sobreviver“.

Ao longo dos anos 90 e nos primeiros anos do século XXI, a grande distribuição esteve focada na expansão do número de lojas e de metros quadrados. No entanto, a profunda mudança no sector, empurrado pelas novas tecnologias para uma profunda transformação do seu modelo de negócio, fez com que “alguns dos retalhistas mais conhecidos se declarassem insolventes, nos últimos anos, e muitos sobreviventes anunciaram o fecho de lojas“.

O relatório da Crédito y Caución prevê uma deterioração das insolvências do sector nos mercados de proximidade, como França, Alemanha ou Reino Unido. Em Espanha, as insolvências aumentaram ligeiramente, em 2018, principalmente entre as pequenas empresas, e a previsão é que estabilizem em 2019.

Espera-se que o e-commerce cresça 21%, em 2019, e que, até 2021, represente quase 18% das vendas globais a retalho. A seguradora de crédito alerta que se está perante um dos sectores mais desafiadores em termos de vigilância dos riscos de incumprimento, devido à mudança disruptiva que enfrenta. “Resta ver se muitos dos pequenos retalhistas, já em dificuldades, têm os meios para realinhar os seus negócios de modo a se manterem competitivos“, refere o relatório.

O consumidor tem acesso, em tempo real, a informações sobre produtos, preços e qualidade e as redes sociais permitem ampliar opções e reclamações. A transparência de preços mantém pressão sobre as margens ao longo de toda a cadeia de valor, num contexto que exige ao comércio tradicional grandes investimentos para adotar novas estratégias digitais. “A falta de vontade ou de meios para se adaptar a um ambiente de mercado cada vez mais instável e em constante mudança pode causar sérios problemas repentinos a grandes e pequenos retalhistas, independentemente de quão estabelecidos estejam no mercado ou de quão bem-sucedidos tenham sido no passado“, salienta o relatório.

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L.Branca/PAE

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