A Sonae avançou com o lançamento da oferta pública inicial (IPO) do seu negócio de retalho alimentar Sonae MC, no seguimento da "luz verde" por parte da Comissão do Mercado de Valores Imobiliários (CMVM).
De acordo com o prospeto da oferta pública de venda, a oferta integralmente secundária compreende 217,36 milhões de ações ordinárias, que representam 21,7% do capital da empresa. O intervalo de preço estabelecido é de 1,40 a 1,65 euros por ação, o que se traduz num valor base da oferta de aproximadamente 304 milhões a 359 milhões de euros. A data expectável de admissão à negociação e do primeiro dia de negociação incondicional das ações no Euronext Lisbon é 23 de outubro.
A Sonae está a oferecer as ações a investidores de retalho e institucionais. Neste processo, Sonae SGPS pretende manter a sua posição de acionista maioritária. Do total das ações que compreendem a oferta, 23% serão oferecidas através de uma oferta pública a investidores em Portugal e os restantes 77% através de uma oferta particular reservada a investidores institucionais em Portugal e fora do país, assim como a investidores institucionais qualificados nos Estados Unidos da América.
Adicionalmente, a Sonae concedeu aos Joint Global Coordinators, o sindicato coordenador da oferta, uma opção de "over-allotment" até 32,6 milhões de ações, que poderá ser total ou parcialmente exercida nos 30 dias após o início da negociação condicional na bolsa de Lisboa.
A operação arrancou esta segunda-feira, dia 8 de outubro, com o início do processo de registo de ofertas, o chamado "bookbuilding". A oferta de retalho deverá terminar no próximo dia 17 e a institucional no dia seguinte. Estima-se que o preço final da oferta seja divulgado no dia 18.
Entre os motivos para investir na Sonae MC, a Sonae destaca as "condições macroeconómicas atrativas", com a oportunidade "única" de ganhar exposição direta ao mercado português de retalho alimentar, que lidera com uma quota de 22%. Acrescem a ampla rede de formatos de retalho alimentar em localizações urbanas, complementada por uma plataforma digital "diferenciadora", a notoriedade da marca e o seu envolvimento com o cliente, ao posicionar-se como a "marca de retalho mais reconhecida em Portugal", com um programa de fidelização que cobre 85% das famílias portuguesas, a eficiência da sua cadeia de valor, o seu perfil financeiro "sólido" e a estratégia de crescimento.