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Wall Street e as grandes empresas rebelam-se contra o veto da imigração de Trump
2017-02-01

A Bolsa caiu e multinacionais como a Goldman Sachs, a Ford e a Nike declararam-se contra a política de imigração do novo presidente norte-americano. A Microsoft, inclusive, está a colaborar com o procurador-geral do estado de Washington para travar o veto de Donald Trump.

As empresas e os investidores começam a virar as costas às políticas precipitadas de Donald Trump, o novo presidente dos Estados Unidos. Depois de semanas em alta, e ignorando a incerteza que poderia desencadear a Administração de Trump, Wall Street ficou contagiada pelo medo e fechou a sua pior sessão este ano. O Dow Jones caiu 0,61%, para 19,.970 pontos, o S&P 500 desceu 0,6% até 2.280 pontos e o Nasdaq Composite perdeu 0,83%, para 5.613 pontos. Enquanto isso, alguns dos gestores mais reconhecidos do país mostraram a sua rejeição às políticas de imigração de Trump.

A Microsoft foi mais além da rejeição e anunciou que já colabora com o procurador-geral do estado de Washington, onde está sediada a empresa, para tentar paralisar o decreto proibindo a entrada de imigrantes de sete países árabes, de acordo com Reuters. A gigante do software informou que está a fornecer à justiça informações sobre o impacto da medida nos trabalhadores e será "um prazer testemunhar, se necessário", segundo disse o porta-voz Pete Wootton, em comunicado.

Lloyd Blankfein, CEO do Goldman Sachs, assegurou que "não apoia" a decisão do presidente. O gestor enviou uma mensagem aos seus funcionários informando que "para que tenhamos sucesso, os nossos homens e mulheres devem refletir a diversidade das comunidades e culturas em que atuamos". Lloyd Blankfein reconheceu que a ordem de Donald Trump pode envolver uma "potencial perturbação" de atividades do banco, visto que parte da sua força de trabalho pode ser afetada diretamente pelo veto. A Goldman Sachs é o banco favorito de Trump e de onde recrutou três pessoas chave para a sua equipa.

Por seu lado, o CEO da Ford, Mark Fields, e o seu presidente, Bill Ford, assinaram uma declaração em que revelaram a sua oposição à política de Donald Trump e onde apoiam a promoção de valores como "o respeito e a inclusão".

Entretanto, o presidente e CEO da Nike, Mark Parker, afirmou que os valores da diversidade "estão a ser ameaçados por uma ordem executiva nos EUA, que proíbe a entrada de refugiados, assim como turistas, de sete países de maioria muçulmana. Esta é uma política que não apoiamos". A Nike veio apoiar, assim, o atleta de origem somali Mohammed 'Mo' Farah, que teme que a ordem de o possa afetar. "Eu sou um cidadão britânico que vive nos Estados Unidos da América nos últimos seis anos, trabalhando duro, contribuindo para a sociedade, pagando os meus impostos e criando os meus quatro filhos no país a que chamam de casa. É preocupante que agora seja preciso dizer-lhes que o pai pode não voltar a casa e explicar-lhes que o presidente impôs uma política da ignorância e do preconceito", disse Mo Farah através das redes sociais.

Enquanto isso, Howard Schultz, presidente da Starbucks, expressou a sua condenação ao veto ao afirmar que a empresa vai contratar dez mil refugiados ao longo dos próximos cinco anos. Também pediu para construir "pontes e não muros" com o México, onde a Starbucks tem 600 lojas e mais de sete mil funcionários.

Os grandes diretores dos gigantes tecnológicos de Silicon Valley também levantaram as suas vozes contra as medidas presidenciais.


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L.Branca/PAE

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