O mercado imobiliário de Angola continua a registar um bom ritmo de desenvolvimento, caminhando para uma fase de maior maturidade e consolidação, refere o estudo “Mercado Imobiliário de Angola 2014”, produzido pela Abacus Angola em conjunto com a JLL, no âmbito da recém-anunciada associação das duas consultoras para o mercado angolano.
É esperado crescimento em todos os segmentos de mercado, uma tendência impulsionada pelo desenvolvimento económico do país, que tem gerado novas necessidades imobiliárias. Luanda continua a concentrar os principais pólos imobiliários de Angola, embora outras províncias, como Lobito/Benguela, Soyo e Cabinda, ainda que numa escala diferente, possam também vir a desenvolver-se em termos imobiliários. Nestes casos, esse desenvolvimento deverá ser fortemente alicerçado no investimento empresarial, refere o estudo. “O crescimento económico do país, e o consequente crescimento das empresas, o aumento do número de negócios e do número de expatriados, a par com a melhoria do poder de compra dos angolanos, têm criado necessidades crescentes de espaços para trabalhar e residir, assim como para fazer compras. Podemos afirmar que o mercado imobiliário de Angola continua num bom ritmo para a maturidade, atestado pela exigência dos clientes e utilizadores dos activos imobiliários”, comenta Paulo Trindade, director geral e “partner” da Abacus Angola.
No retalho, em virtude do aumento do poder de compra generalizado dos angolanos, o dinamismo é evidente, esperando-se a inauguração de cinco novos centros comerciais entre 2014 e 2015, nomeadamente o Luanda Shopping, Vista Club Shopping, Shopping Fortaleza, Shopping do Kinaxixi e o Sky Gallery, que se juntam a quatro outros projectos já em funcionamento. Nos retail parks, continua apenas a existir o Lobito Retail Park, com a concretização de novos projectos a registar algumas dificuldades. Outro mercado de forte procura é o de lojas de rua, onde a oferta de unidades com boa localização é bastante restrita. Ao contrário do que acontece na maior parte de outros países, este mercado mantém a particularidade de registar preços de arrendamento inferiores quer em relação aos escritórios quer aos valores praticados na habitação, o que não é muito usual. As rendas nos centros comerciais podem oscilar entre os 60 e os 130 dólares o metro quadrado por mês, enquanto nas lojas de rua este intervalo varia entre os 25 e 195 dólares.
O segmento de imobiliário industrial e logístico é apontado como um dos que apresenta maior potencial de crescimento, pois além das necessidades imobiliárias domésticas para esta área, com um forte incremento do Governo no segmento industrial produtivo e de transformação, existem muitas necessidades de armazenamento por via das importações, que continuam a ser intensas. A construção de acessibilidades entre as diferentes províncias é considerada um factor determinante para o crescimento sustentável deste sector.