A Establiments Miró, um histórico do retalho de electrodomésticos e electrónica de consumo em Espanha, declarou falência, após ter falhado o pagamento da dívida financeira aos seus credores.
Dois anos após ter levantado a suspensão de pagamentos, a Miró não conseguiu cumprir o acordo com os credores e que implicava o pagamento de seis milhões de euros na semana passada. O acordo estabelecia que a Miró teria 10 anos para devolver um montante de 283 milhões de euros.
Fontes próximas da empresa asseguram que se procurou encontrar um sócio ou comprador para os seus activos mas, dado o insucesso, a Miró viu-se obrigada a declarar falência. A empresa confirmou, entretanto, que uma equipa de dirigentes planeia apresentar uma oferta de compra uma vez decretada a hasta pública.
A Miró conseguiu sair da situação de concurso de credores em Dezembro de 2011, para prosseguir com um novo projecto empresarial baseado em lojas “low cost”. O formato assenta na redução, ao mínimo, dos custos, assim como na optimização da logística e stocks.
No seguimento do processo, Francesc Miró foi condenado por um tribunal de Bilbau a um período de três anos sem poder exercer cargos na RTV Bermúdez, após ter sido considerado culpado pela situação da empresa. O tribunal considerou que os credores só tiveram a real percepção da situação económica da RTV quando esta se tornou irreversível.
Recorde-se que em 2012 as associações patronais sectoriais de grandes e pequenos domésticos, Anfel e Fape, apresentaram uma queixa-crime contra o empresário num tribunal de Barcelona, que se juntava a uma outra interposta pela Caixabank. As associações acusavam o empresário de práticas irregulares, práticas estas que foram destacadas pelos administradores do processo de insolvência apresentado pela Miró. Estes mostraram dúvidas acerca das contas apresentadas pela empresa nos últimos anos, indicando numerosas irregularidades.