Portugal está entre os países com menor índice de furto. Esta é uma das principais conclusões do Barómetro Global do Furto em Retalho 2012-2013, um estudo elaborado pela Euromonitor International, empresa especializada em estudos de mercado, como a colaboração da Checkpoint Systems.
Em média, a perda desconhecida no sector retalhista representa 1,4% das vendas em todo o mundo. Em Portugal, este valor situou-se nos 1,2% em 2012, representando 596,4 milhões de dólares. 51% deste valor fica, ainda, a dever-se a furtos externos, isto é, por parte dos clientes, e apenas 5% se deve a fraudes por fornecedores. Já os furtos levados a cabo pelos funcionários situa-se, ainda, nos 30%. Por seu lado, os erros administrativos situam-se nos 14% de valor de perda.
Apesar da crise generalizada que se tem vindo a sentir em Portugal, é possível afirmar um crescimento na ordem dos 0,1% de vendas face a 2007 (49 607,5 milhões de dólares em 2007, e 49 737,0 milhões de dólares em 2012). Destacando-se, ainda assim, o sector não alimentar como o que maior quebra de receitas apresentou para 2007/2012, com perdas na ordem dos 2%. O número de estabelecimentos decaiu, também, consideravelmente, representando menos 2,9% de lojas em 2012.
De entre os artigos com maior incidência de furto no sector retalhista alimentar podem encontrar-se alimentos, como sejam a carne e o peixe fresco, ou artigos de pequeno tamanho, como sejam baterias e pequenos electrodomésticos, máquinas de barbear, bebidas alcoólicas e cremes de beleza. O sector tecnológico sofre perdas mais consideráveis na área dos smartphones e tablets e o sector da moda mantém as suas perdas situadas na lingerie/roupa interior e nos óculos de sol e joalharia.
Apesar dos números, os retalhistas portugueses consideram o furto nas suas lojas como sendo “parte do negócio” e que lidam de uma maneira correcta e adequada com as perdas que advém desta situação. Deste modo, o investimento esperado em soluções de prevenção deverá manter-se, a curto prazo, bastante estável, sendo de destacar que os investimentos que se fazem neste departamento em Portugal se dirigem, essencialmente, a soluções EAS, devendo, no futuro, recair também em RFID. Ainda assim, as empresas portuguesas estão, também, a alocar recursos humanos internos para o departamento da prevenção da perda, ao mesmo tempo que implementam procedimentos de verificação de cadastro antes da contratação, sendo esta a principal resposta aos valores de 30% de furtos internos por colaboradores nas lojas.
“Apesar de se verificar uma ligeira estabilidade nos valores da perda desconhecida face a anos anteriores, esta custa, ainda, a cada família portuguesa, quase 150 dólares anualmente”, explica Mariano Tudela, director geral da Checkpoint Systems para o Sul da Europa e França.
Em 2012 o custo da perda desconhecida a nível mundial para a indústria retalhista foi de 88.800 milhões de euros, representando 1,4% das vendas. De acordo com o relatório, o furto aumentou na maioria dos países analisados, com crescimentos observados tanto no que se refere ao furto externo, como ao interno e a delinquência organizada.
Os países que registam menores índices de perda desconhecida são o Japão (1%), seguido de Hong Kong, Austrália e Alemanha (1,1%). Nos EUA o índice situa-se nos 1,5% das vendas. As taxas mais altas registaram-se no Brasil e no México com 1,6% sobre as vendas.
Os produtos que apresentam um maior índice de furto são os acessórios de moda, jeans, sapatos, roupa interior, artigos electrónicos de elevado valor, produtos de saúde, vídeo jogos, GPS, acessórios para telemóvel, entre outros.