Apesar da crise instalada, os portugueses estão este ano ligeiramente menos pessimistas quanto às perspectivas económicas; ainda assim o orçamento disponível para o Natal e a Passagem de Ano continua a diminuir. O aumento da carga fiscal, reflectido na diminuição da disponibilidade financeira (61%), assim como a perda ou receio de vir a perder posto de trabalho (39%) são as duas grandes razões apontadas pelos inquiridos portugueses, de acordo com a 16.ª edição do Estudo de Natal da Deloitte.
A presente edição abrange 17 países europeus e África do Sul, tendo sido inquiridos um total de 17.355 consumidores, entre a segunda e terceira semana de Setembro, sobre as suas intenções e planos de gastos em presentes, alimentação e lazer. De acordo com os dados do Estudo de Natal 2013, pela primeira vez desde 2008 surgem países optimistas quanto ao desempenho da economia, acompanhando Portugal esta tendência, já que a percepção está menos pessimista face ao ano passado, com 77% dos consumidores a admitir que a actual conjuntura é negativa (versus 83% em 2012). Mais optimistas estão os jovens (entre os 18 e 24 anos), sendo os mais pessimistas os inquiridos na faixa com mais de 45 anos.
Esta ligeira melhoria reflecte-se igualmente na percepção do poder de compra. Se em 2012, 68% dos inquiridos afirmou que o seu rendimento disponível diminuiu, este ano diminui para 57%. Também para 2014 as perspectivas tendem a ser melhores, com apenas 35% a afirmar que o seu poder de compra vai deteriorar-se, um valor que se distancia dos 55% registados aquando da edição do ano passado do Estudo de Natal.
No entanto, apesar destas perspectivas ligeiramente menos pessimistas, as expectativas para o orçamento destinado a gastos no período natalício continuam a diminuir este ano. Se em 2011 se situava nos 530 euros e em 2012 nos 464 euros, este ano os portugueses têm a expectativa de gastar 393 euros por lar, com grande parte destinada à compra de presentes (cerca de 195 euros), seguidos dos gastos com produtos alimentares (144 euros) e com socialização (55 euros). Um valor que se distancia largamente dos 894 euros registados entre os inquiridos irlandeses, cujo orçamento é o mais elevado entre os países analisados pelo Estudo de Natal 2013.
Face a este cenário, o factor preço continua a ser determinante no momento da compra, com 70% a considerar que não comprará um presente sem antes ter em atenção o seu valor, sendo que 69% dos portugueses inquiridos fará menos compras por impulso.
Esta tendência justificará o facto de 56% dos inquiridos afirmar que pesquisará mais os produtos online antes da compra e 57% indicar que procurará mais produtos em promoção (um aumento face aos 46% de 2012), segundo dados do estudo da Deloitte. Claramente reforçada a tendência para uma maior ponderação nos gastos natalícios, com mais de 50% afirmar que irá recorrer menos ao crédito (seja disponibilizado por retalhistas, empresas especializadas ou por familiares).
No que se refere às intenções de compra, os livros lideram a tabela (50%), seguidos do vestuário e calçado (44%) e dos tradicionais chocolates (33%). Contudo, o presente mais desejado pelos portugueses em 2013 é dinheiro (61%), seguindo-se os livros (51%) e o vestuário e calçado (50%), com os smartphones (38%), a tornarem-se também um dos presentes mais desejados no Natal.