Na altura de comprar produtos tecnológicos, a escolha dos consumidores portugueses recai sobre os "smartphones" e os "tablets", revelam os resultados do GfK TEMAX Portugal para o quarto trimestre de 2012. Este interesse pelos "smartphones" contribuiu significativamente para aumentar a taxa de crescimento do sector de telecomunicações.
No último trimestre monitorizado, o volume de vendas no mercado de bens tecnológicos (TCG) de consumo foi de 655 milhões de euros, representando uma quebra de três por cento em relação ao trimestre anterior. O estudo destaca, num mercado tecnológico que continua a sentir o impacto da crise, as vendas nos sectores de tecnologias de informação (182 milhões de euros), electrónica de consumo (120 milhões de euros) e grandes electrodomésticos (113 milhões de euros).
O índice de produtos tecnológicos de consumo revela dois anos de trimestres negativos, apesar das tendências do último trimestre serem melhores do que as dos trimestres anteriores. E ainda que algumas áreas estejam positivas, ao analisar os dados desde 2009, comprova-se que todos os quartos trimestres apresentam valores superiores aos registados em 2012.
Telecomunicações a liderar o mercado
De Outubro a Dezembro de 2012, o sector das telecomunicações registou um volume de vendas de cerca de 113 milhões de euros. Este volume representa uma taxa de crescimento de 21,7 por cento em comparação com o mesmo trimestre de 2011. O mercado de telecomunicações é o sector com taxas de crescimento mais elevadas no índice GfK TEMAX Portugal. Os "smartphones" contribuíram significativamente para este resultado, aumentando o preço médio da categoria em 30 por cento e continuando a transformar o mercado das telecomunicações.
Electrónica de consumo com final de ano muito negativo
O segmento de electrónica de consumo teve um final de ano muito negativo, em contraste com os bons resultados do primeiro semestre. Nem as promoções ou reduções de preço foram capazes de mobilizar os consumidores e manter a dinâmica dos trimestres anteriores. Com menos 23,8 por cento, a crise instalou-se num mercado que valeu no último trimestre 120 milhões de euros. Parece que se esgotou o potencial para o crescimento e nota-se que os consumidores procuram ainda algumas soluções alternativas de custo menor para se manterem a par com as inovações tecnológicas, nomeadamente as "set-top boxes", que oferecem algumas funcionalidades de SmartTV a preços bastante mais baixos.
Câmaras SLR ganham quota de mercado
Depois de um terceiro trimestre desapontante, os produtos fotográficos alcançaram um volume total de vendas de 24 milhões de euros. Em comparação com o ano anterior, representa uma melhoria de dois por cento. Com a procura crescente de dispositivos tecnicamente bem equipados, com preços mais elevados no mercado, as câmaras SLR ganharam quota de mercado. No entanto, este produto perdeu algum ânimo no período de Natal, em particular no segmento das compactas.
Pequenos electrodomésticos estabilizam em valor
Com uma evolução anual de -10,3 por cento, as vendas de pequenos electrodomésticos no último trimestre de 2012 foram diferentes e mais satisfatórias. As vendas baseadas em valor estabilizaram nos 73 milhões de euros, com menos 0,4 por cento. Reduções significativas foram registadas em máquinas de café, apesar de algumas novidades introduzidas. Foram outros os produtos da cozinha a crescer, bem como a área de cuidado pessoal. Alguns produtos sazonais, como é o caso do aquecimento, cresceram, devido ao frio que se fez sentir. Apesar destas melhorias, no global foi um ano bastante negativo para os pequenos electrodomésticos
Eficiência energética e capacidade são as tendências nos grandes domésticos
Nos grandes electrodomésticos registou-se um volume de vendas total de 115 milhões de euros, entre Outubro e Dezembro de 2012. Isto representou uma quebra de 8,1 por cento em comparação com o mesmo trimestre do ano passado. A generalidade dos produtos teve o mesmo comportamento, quer seja a instalação livre ou o encastre. O único segmento positivo, ainda que marginalmente, é o dos microondas. Os electrodomésticos são a face da crise e o segmento de produto mais afectado no global do ano, com uma queda de 17,3 por cento.
Informática beneficia das vendas de "tablets"
O segmento de informática não registava um trimestre positivo desde 2008, mas as vendas estão a beneficiar da introdução dos "tablets", ocorrida no final de 2010. O volume de negócios realizado no período ascendeu a 182 milhões de euros, um crescimento saudável de sete por cento. Acessórios e aparelhos de conectividade também apresentaram alguns crescimentos. Apesar dos "tablets" serem o motor deste crescimento, tal não evita que o ano no seu todo termine negativo.
Baixa procura para a impressão
Depois de um terrível primeiro semestre, o segmento de equipamento de escritório registou desenvolvimentos menos negativos no final de 2012. Comparado com o mesmo período do ano passado, as vendas caíram 12,6 por cento, atingindo um volume total de cerca de 27 milhões de euros. As categorias incluídas nesta análise estão negativas, mas as impressoras têm as quedas mais significativas. As multifuncionais são o "standard" do mercado e mostram, apesar das quebras, uma maior resiliência.
4.º trimestre de 2012 vs 4.º trimestre de 2011
Electrónica de consumo: - 23,8%
Fotografia: +2%
Grandes domésticos: -8,1%
Pequenos domésticos: -0,4%
Tecnologias da informação: +7%
Telecomunicações: +21,7%
Equipamento de escritório: -12,6%
GfK TEMAX Portugal: -2,9%
2012 vs 2011
Electrónica de consumo: - 11,4%
Fotografia: -6,2%
Grandes domésticos: -17,3%
Pequenos domésticos: -10,3%
Tecnologias da informação: -5,4%
Telecomunicações: +8,3%
Equipamento de escritório: -17,3%
GfK TEMAX Portugal: -8,7%