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Retalhistas portugueses assumem que “o segredo já não é a alma do negócio”
2012-10-30

A crise e o seu impacto não foram o foco do primeiro encontro “Pop Up In Store Retail Talks”, que reuniu na passada quinta-feira, dia 25 de Outubro, mais de 100 pessoas numa loja Pop Up criada especificamente para o efeito, no número 42 da Rua Ivens, no Chiado.

Numa iniciativa da Jones Lang LaSalle e do INV – Instituto de Negociação e Vendas, o evento abordou o sector do retalho em Portugal, dando nota do que melhor se faz no país e de como a crise não esgota os negócios nem deve limitar a forma como as marcas se relacionam com o cliente.

Uma das principais conclusões retiradas do evento foi a postura inovadora dos retalhistas portugueses, para quem “o segredo já não é alma do negócio”. Antes, a “alma é o segredo do negócio”, como referiu Ronald Brodheim, responsável pelo Grupo Brodheim, que representa diversas marcas, entre as quais a Burberry, a Furla, a Timberland ou a Trussardi. Para este retalhista, “é preciso ter disciplina de gestão e essa disciplina não nasce da crise. É certo que estes tempos mais difíceis nos pressionam a fazer mais e a descobrir coisas que não descobriríamos noutro contexto, mas é preciso continuar a gerir de forma disciplinada e ter a coragem de assumir posições, ainda que uma coragem fundamentada e com os pés no chão”.

Para Martim de Botton, responsável pela marca de gelados Santini, “paixão e acreditar” são palavras de ordem no comércio. Depois de 60 anos em Cascais, a Santini veio para Lisboa, há cerca de três anos, e prepara-se agora para abrir um novo espaço na capital, embora a estratégia seja ter um máximo de cinco a seis lojas em todo o país, para não desvirtuar a exclusividade que sempre esteve associada a este nome de referência da gelataria.

Já para Nuno Seabra, que lançou recentemente a Nata Lisboa, a palavra de ordem é “conceito”. “Não criámos um produto, mas um conceito, e a sua adequação ao contexto tem sido um factor crucial para o sucesso”. A Nata Lisboa, que pretende levar o pastel de nata aos quatro cantos do mundo, abriu o seu primeiro espaço, no formato não muito usual de “showroom”, em Junho, no Príncipe Real, em Lisboa, e “o balanço tem sido muito positivo”, assegura o empresário.

Helena Pinto, do Eastbanc, evidenciou o trabalho desenvolvido no Príncipe Real, zona que foi dinamizada a partir da iniciativa desta empresa da área imobiliária. A mesma responsável anunciou ainda que o próximo passo será o desenvolvimento de uma galeria comercial diferenciada num antigo palacete do século XIX naquela zona da cidade. “As pessoas acreditam nesta localização e no nosso projecto e nós também. Temos tido imensa procura para as lojas e o segredo aqui é um conceito de comércio alternativo, que trabalha um 'mix' variado e complementar e que aposta na qualidade, excelência e serviço ao consumidor”.

Esta zona é uma das mais dinâmicas na cidade de Lisboa em termos de comércio de rua, um sub-segmento do retalho que tem vindo a emergir com a procura crescente dos retalhistas, revelou Patrícia Araújo, da Jones Lang LaSalle. Com o Chiado a liderar nas localizações de comércio de rua da capital, com um “mix” muito completo entre marcas de “mass market” e marcas mais “premium”, e rendas que atingem os 90 euros por metro quadrado por mês, e a Avenida da Liberdade posicionada como a localização por excelência do comércio de luxo, Lisboa tem vindo a emergir no mapa de comércio de rua, quer entre marcas nacionais quer internacionais, o que tem sido também muito impulsionado pelo aumento do número de turistas na capital e pela maior projecção internacional da cidade como destino de lazer, moda ou cultura. Patrícia Araújo destacou ainda as zonas da Baixa, Cais do Sodré ou a Rua Castilho como localizações que se têm vindo a consolidar no mapa do retalho lisboeta, assim como o Terreiro do Paço, que se transformou numa praça com nova vida.

João Alberto Catalão, especialista em vendas e Marketing, frisou, em jeito de conclusão que, acima de tudo, a capacidade de readaptação e reinvenção é determinante nos negócios hoje. “Hoje em dia, e com um consumidor em mudança, sobreviverão os negócios capazes de se reinventar. De fazer, desfazer e voltar a fazer melhor. O sucesso depende dessa capacidade de adaptação”, sublinhou. Mas também da positividade. “Não podemos levar a depressão para dentro dos nossos negócios”.

Ana Penim, do INV, acrescentou que “este é o momento de correr como nunca. Temos que fazer, temos que agir. Hoje em dia, o cliente tem de ser recompensado pelo tempo que despende na loja. O tempo é actualmente o bem mais escasso de um consumidor mais inteligente e informado. Mas não podemos esquecer-nos que a emoção também faz parte da experiência e quem melhor tratar o seu cliente durante a crise, souber reinventar-se e inovar sempre, terá o cliente depois da crise”.

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L.Branca/PAE

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