A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) vai apresentar uma queixa-crime contra Virgílio Constantino, presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC), por este ter dito que os combustíveis à venda nos hipermercados são de qualidade inferior.
Em declarações à agência Lusa, José António Rousseau, director geral da APED, considerou que as afirmações são “difamatórias” e “ultrapassam o razoável e aquilo que é sério”, considerando que a “única forma de reagir é por via dos tribunais”.
Entretanto, o Grupo Os Mosqueteiros veio também a público manifestar que pondera promover todas as iniciativas legais, de modo a salvaguardar o seu bom nome no mercado. "Não se entende qual a origem e sustentabilidade das afirmações de Virgílio Constantino, nem qual o intuito e objectivo das mesmas". Em comunicado de imprensa, o Grupo Os Mosqueteiros esclarece que a actividade das entidades que comercializam combustíveis em Portugal é regulamentada por lei, que estabelece as normas referentes às especificações técnicas, definindo as regras para o controlo de qualidade e as condições para a comercialização. "Este Decreto–Lei rege a actividade de todas as empresas que operam nesta área, incluindo não só as grandes companhias petrolíferas, como as empresas de distribuição". O grupo explica ainda que desde o dia 1 de Janeiro , o seu principal fornecedor tem sido a Galp, empresa responsável por dois terços do produto fornecido pela Alcapetro, empresa que gere toda a área de combustíveis e que tem como fornecedores as grandes companhias petrolíferas, aos postos de abastecimento de marca própria Os Mosqueteiros. "Se o nosso combustível é adquirido aos principais fornecedores, então adquirimos combustíveis líquidos nos mesmos terminais de carga que os das companhias acima referidas, ou seja, a nossa qualidade de produtos é equiparada à das companhias mencionadas". A justificação apresentada pelo Grupo Os Mosqueteiros para os preços mais baixos praticados nos postos de combustíveis da distribuição são as margens de lucro mais reduzidas. "Os nossos preços são inferiores face aos preços de referência do mercado porque é política e apanágio do grupo zelar pelo compromisso que tem com os seus clientes, o qual se traduz em vender barato com qualidade, quer no interior dos supermercados Intermarché e Ecomarché, quer no posto de combustível adjacente, abdicando, em prol do cliente, de margens de lucro excessivas".
Na passada quinta-feira, Virgílio Constantino tinha dito à Lusa que “a qualidade do combustível de marca branca, à venda nos hipermercados, não é comparável à qualidade dos combustíveis de marca” e que “o consumidor nunca saberá qual o impacto do combustível na duração do motor do seu automóvel”.
