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Quando os modelos de negócio de retalho de sucesso falham “fora de casa”
2013-07-10

A crise não pode ser a “culpada” de tudo. Muitas vezes, as empresas de retalho têm dificuldades em “exportar” um modelo de negócio bem sucedido no seu mercado de origem mas que não vinga além-fronteiras, nomeadamente em mercados já maduros. E a Best Buy é um exemplo paradigmático. Cinco anos após ter pisado território europeu, o maior retalhista mundial de electrónica de consumo anunciou a retirada desta geografia, onde, tal como na China, não conseguiu replicar o sucesso obtido dentro dos Estados Unidos da América e que lhe tem valido, há já alguns anos, a liderança mundial das vendas a retalho do sector.

A maior retalhista mundial de electrodomésticos e electrónica de consumo pôs fim à sua parceria com a britânica Carphone Warehouse, vendendo a sua participação na “joint-venture” por 775 milhões de dólares, pagos em numerário e em acções. Esta decisão estratégica custa, ainda, à Best Buy mais 45 milhões de dólares, para indemnizar a Carphone Warehouse pela ruptura de algumas questões contratuais.

A “joint-venture” formada em 2008 tinha como objectivo a abertura de grandes lojas, as chamadas “big box”, que tanto sucesso têm nos Estados Unidos, no mercado europeu, numa estratégia de “co-branding” com os nomes Best Buy e Carphone Warehouse. Porém, nada decorreu como o previsto: a economia aprofundou a sua recessão, a concorrência dos “players” de comércio electrónico, nomeadamente a Amazon, intensificou-se, prejudicando, globalmente, o modelo de negócio dos grandes retalhistas de electrónica de consumo. Em 2012, as lojas Best Buy no Reino Unido foram encerradas, um ano após já terem sido fechadas as da Turquia.

Presente em oito mercados europeus, a Best Buy prefere virar a página e abandonar uma parceria que, do ponto de vista financeiro, lhe foi prejudicial, com perdas no valor de 2,5 mil milhões de dólares.

Media Markt falha na China

A aventura europeia da Best Buy foi de curta duração, mas o mesmo se poderá dizer da presença da Media Markt no mercado chinês, onde estava desde 2010. Não chegou a três anos completos e materializou-se em apenas sete pontos de venda, todos na região de Xangai, distanciando-se e bem do objectivo inicial de 100 unidades até 2015.

Entre as razões que motivaram esta retirada do mercado está, uma vez mais, uma feroz concorrência baseada no preço, sobretudo por parte dos operadores online, que estão a dificultar muito a actividade dos outros retalhistas. As estimativas são de que a Media Markt tenha encerrado o exercício de 2012 com perdas de 40 milhões de euros no mercado chinês.

A Media Markt chegou à China através de uma parceria com a empresa de Taiwan Foxconn Technology, em que esta última possuía 25 por cento das acções. O primeiro ponto de venda inaugurou a 17 de Novembro de 2010, sendo o segundo maior da insígnia em todo o mundo, com mais de 9.500 metros quadrados.

Na altura, o Planet Retail analisou as vantagens e os desafios que a Media Markt podia encontrar neste mercado, concluindo que o seu sucesso era ainda uma incógnita, dependente de muitos factores, desde o conceito de loja, à estratégia de gestão descentralizada, sem esquecer as reacções esperadas pelos restantes retalhistas.

Leia o artigo completo na edição n.º 49 da Revismarket.

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L.Branca/PAE

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