A acção de promoção “Black Friday” do El Corte Inglés foi criticada pela União de Associações do Comércio e Serviços (UACS), alegando “falta de respeito pela Lei dos Saldos”.

Em declarações à agência Lusa, citadas pela Agência Financeitra, Vasco Mello, presidente da UACS, avançou que estas promoções agressivas de preços são “uma consequência da falta de respeito pela Lei dos Saldos, em que não há o mínimo de respeito pela Lei”, explicando que as empresas estão a aproveitar estas promoções para “combater a falta de escoamento de certos produtos no Natal”.

Vasco Mello criticou ainda o mimetismo pelo El Corte Inglés de uma tradição que não tem raízes em Portugal, aproveitada para uma redução dos preços três dias antes do início da época oficial de saldos.

O El Corte Inglés nega as acusações, avançando que “a acção comercial tinha objectivos que nada têm a ver com o que está definido na lei para os saldos”. Segundo Susana Santos, responsável das Relações Públicas do El Corte Inglés, a acção resultou de uma negociação com os fornecedores, com produtos que não são de moda nem de época, já que os saldos visam a baixa de preços de produtos que terminaram a sua época. De acordo com a Agência Financeira, o El Corte Inglés prefere não responder directamente às críticas de Vasco Mello, salientando apenas que a empresa “cumpre escrupulosamente todas as leis” e que tem bem definido “o que são saldos, o que são promoções e o que são acções comerciais como a Black Friday, que visou agitar o mercado, uma baixa súbita de preços em produtos específicos”.