A defesa da marca dos produtores vai manter-se, em 2009, como a grande prioridade da Centromarca, segundo assegurou, dia 21 de Outubro, Duarte Raposo Magalhães, o novo presidente da Centromarca, num almoço informal com a imprensa.

Em funções desde Junho, o novo líder da equipa de gestão profissional da Centromarca avançou que o projecto e missão da associação se vão manter pela criação, para as marcas, de um ambiente de concorrência leal e que encoraje a inovação. Não adiantando acções concretas, tanto mais que ainda decorrem reuniões com os vários associados, para tomar o pulso às suas inquietações, Duarte Raposo Magalhães manifestou, no entanto, a sua preocupação pelo que chama de "campanha de defesa das marcas brancas", a que se tem assistido nos últimos tempos, e que tem contribuído para o aumento das suas vendas quando, como sublinha, "os preços da marca própria estarem praticamente ao nível dos da marca do produtor". Outra das questões que maior preocupação levanta são os chamados "look alike", ou seja a cópia das embalagens e produtos de marca, uma prática "deontologicamente incorrecta" e que, segundo um estudo da Centromarca, já levou dez por cento dos consumidores a comprar um produto por engano.

Uma das medidas, entretanto, retomadas foi a operacionalização do código de boas práticas entre a CIP - Confederação da Indústria Portuguesa, da qual a Centromarca faz parte, e a APED - Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, mas as reuniões, até agora realizadas, ainda não resultaram no que a Centromarca pretendia. A questão das marcas próprias alimenta o "braço de ferro" entre a indústria e os distribuidores e, para aguçar a discórdia, a cobrança das taxas, em dinheiro ou espécie, pelos grandes distribuidores, para minimizar o esforço financeiro das aberturas de lojas. Segundo Duarte Raposo Magalhães, esta taxa aumentou com as recentes operações de concentração que ocorreram no sector. Os produtores questionam ainda o pagamento de novas taxas para a mesma unidade, pela mudança de insígnia, quando a alteração adveio de um processo de fusão de duas marcas de distribuição, e o facto de que, quando há extinção de unidades, o valor da taxa já paga pelos fornecedores não ser considerado.