12 hipermercados, oito postos de abastecimento de combustível, dois hipermercados em construção em Valongo e Famalicão e nove processos de licenciamento em curso. Estes são os activos envolvidos na venda do Carrefour Portugal ao grupo Sonae, por 662 milhões de euros. A transacção não envolve a rede de lojas de discount Minipreço, com as quais o grupo Carrefour vai manter a sua presença no país.
Com este negócio, a Sonae reforça, em termos estáticos, a sua quota de mercado de 25 para 29,6 por cento, mas, considerando as autorizações já concedidas para abertura de novas lojas, a quota de mercado cai para 26 por cento. Segundo comunicado do grupo, “a decisão da Sonae Distribuição de concretizar este investimento baseou-se na atractividade dos activos em causa, na qualidade e competência da equipa de colaboradores Carrefour (Portugal) e na certeza de que, num mercado altamente competitivo e dinâmico como é o da distribuição retalhista em Portugal, a Sonae Distribuição terá acrescidas condições para reforçar o nível de satisfação que tem vindo a proporcionar aos consumidores portugueses, tanto no que respeita à reconhecida agressividade do seu nível de preços bem como à variedade e qualidade dos produtos oferecidos e dos serviços prestados na venda e pós-venda”. A operação permite ganhos de escala em termos de marcas próprias, permitindo à Sonae Distribuição competir mais facilmente com os grandes grupos estrangeiros.
Esta manhã, em conferência de imprensa, a Sonae Distribuição avançou já que os estabelecimentos com a marca Carrefour vão passar a operar com a marca Continente. Nuno Jordão garantiu que não estão previstos quaisquer despedimentos, acrescentando que os 25 mil trabalhadores actuais da Sonae Distribuição, combinados com os 2.500 do Carrefour, vão ser poucos para o que está planeado em termos de plano de expansão. Este responsável adiantou mesmo que, caso a fusão seja aprovada, serão criados entre dois a três mil novos postos de trabalho por ano. A aquisição vai ser financiada com recurso a dívida a 100 por cento, tendo, segundo o presidente da Sonae Distribuição, já garantidos os financiamentos pelas instituições financeiras competentes,
Por seu turno, o grupo Carrefour já explicou, em comunicado, que “esta transacção ilustra a sua estratégia para optimizar os seus activos e prescindir dos negócios não estratégicos ou não rentáveis, para se concentrar nos países e regiões que ofereçam maior potencial de crescimento, que permitam maximizar o retorno do investimento”.