A Sonae Distribuição ocupa, novamente, o primeiro lugar do ranking do volume de vendas, elaborado pela APED - Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição. Na lista relativa ao ano de 2006, divulgada, esta manhã, pela associação, numa conferência de imprensa realizada em Lisboa, aquele associado cresceu 13 por cento face a 2005 e lidera com 3.526 milhões de euros, embora esse volume inclua a aquisição da Star Viagens e Turismo.
No segundo lugar surge, tal como no ano passado, a Jerónimo Martins, com um crescimento de 11 por cento e um volume de cendas de 1.948 milhões euros. O Auchan ocupa a terceira posição, com 1.194 milhões de euros, seguido do Lidl, o primeiro operador de discount do ranking, que se estima ter crescido oito por cento, para os 1.050 milhões de euros.
Considerando apenas o retalho não alimentar, a lista é encabeçada pelo El Corte Inglés, que vendeu no ano de 2006 mais 14 por cento, situando-se agora nos 339 milhões de euros. A Fnac ocupa o segundo lugar, com 290 milhões, seguida pela Staples Office Centre. A performance desta insígnia foi, de resto, sublinhada por Luís Vieira e Silva, presidente da APED, durante a apresentação deste ranking. Com 173 milhões de euros, mais 34 por cento que no ano transacto, a Staples subiu algumas posições, tendo mesmo ultrapassado o Plus. Mereceu igualmente destaque a entrada directa da Moviflor para o 13.º posto, um dos novos associados da APED.
No crescimento das vendas, os 156 por cento, correspondentes a vendas de 95 milhões de euros, da Media Markt não passam despercebidos. Mas ainda mais impressionante é a subida de 777 por cento da Feuvert, uma insígnia do sector automóvel.
Em termos de número de lojas, em 2006, a APED viu o número de associados passar de 75 para 86, que somaram mais 239 lojas, atingindo um total de 1.785. Metade das aberturas foram realizadas por empresas que já estavam associadas. Nos últimos anos, o número de lojas tem, de resto, crescido a uma média de 250 pontos de venda ao ano, um factor que Luís Vieira e Silva associa à legislação que entretanto entrou em vigor e que potenciou, a partir de 2004, um novo dinamismo.
Relativamente ao ano passado, no topo do ranking dos associados com um maior número de lojas está a cadeia Minipreço, com 384 lojas no total, mais nove por cento que em 2005. Segue-se o Pingo Doce, com 202, mais seis por cento em termos homólogos, e o Lidl, com 182 pontos de venda. No não alimentar, o destaque vai para a Worten, cujo universo de lojas cresceu 18 por cento, para os 87 pontos de venda. O Minipreço volta a liderar termos de maior número de lojas abertas em 2006, 33 no total. Inclusivamente, os três primeiros lugares deste ranking são ocupados por três operadores de discount. Ao Minipreço segue-se o Lidl, com 20 novos pontos de venda, e o Plus, com 14. Logo a seguir vem a Worten, com 13 novas lojas inauguradas no decorrer do ano.
Já na área de venda, é o Modelo a dominar, seguido pelo Lidl e pelo Pingo Doce, que no ano anterior estava na segunda posição. No total, o Modelo detém 187 mil metros quadrados, mais dez por cento que em 2006. No entanto, foi o El Corte Inglés quem mais cresceu em termos de área de venda, situando-se agora nos 90 mil metros quadrados, o que traduz um acréscimo de 88 por cento, 42 mil metros quadrados, e a entrada para a oitava posição. No seu conjunto, os associados da APED abriram 256 mil metros quadrados, totalizando, em Dezembro de 2006, 1.916 mil. A média situou-se nos 1.100 metros quadrados
Convém, contudo, notar, que, apesar de mais metros quadrados abertos, o crescimento das vendas foi superior ao da área de venda. “Um sinal da eficácia e adequação dos formatos aos consumidores”, na opinião do presidente da APED. Um bom exemplo foi dado pela Staples que, tendo crescido 17 por cento em área de venda, subiu 34 por cento no volume de venda, ou ainda pelo AKI, que tendo apenas mais seis por cento de área de venda, cresceu 17 por cento nas vendas. Mais notórios ainda são os casos da Decatlhon, cujas vendas cresceram 54 por cento enquanto a área evolui 22 pontos, e da Leroy Merlin, cujo crescimento das vendas (50%) duplicou o da área (25%).
De acordo com os dados fornecidos pelos 86 colaboradores, e considerando alguns indicadores de eficiência e produtividade, a Fnac foi, em 2006, a insígnia que alcançou o maior volume de vendas por metro quadrado, 19.743 euros. Já o Lidl é o associado com um maior volume de vendas por colaborador, estimado em 400.213 euros, mais seis por cento que em 2005. Neste indicador, o associado que mais cresceu foi a Media Markt que, comparativamente a 2005, cresceu 120 por cento, para os 211.278 euros.
Analisando os dados por colaboradores, o El Corte Inglés volta a destacar-se como a insígnia que mais recrutou em 2006, passado do nono para o quarto lugar . Sem ocupar o primeiro lugar no ranking dos colaboradores, que pertence ao Pingo Doce, com 9.462 colaboradores, o El Corte Inglés empregava 3.332 pessoas, mais 68 por cento que em 2005. Uma nota de destaque ainda para o Modelo, que salta do quarto lugar para o segundo, ultrapassando mesmo o Continente e o Auchan. De resto, os cinco primeiros lugares são ocupados por insígnias do grupo Jerónimo Martins e Sonae.
De acordo com os associados da APED, em Dezembro de 2006, o sector era responsável pelo emprego de 65.735 colaboradores, na sua maioria com contratos sem termo (72,1%), o que contraria, segundo Luís Vieira e Silva, alguns argumentos sobre a precariedade do emprego na distribuição. No total, no ano passado foram criados mais 10.998 postos de trabalho, um valor que, no entender do presidente da APED, seria ainda maior caso todos os estabelecimentos pudessem estar abertos ao Domingo. Os estudos da APED apontam para a possibilidade de mais quatro mil empregos directos. Relativamente a esta questão, e finda a campanha de recolha de assinaturas recentemente desenvolvida pela APED, Luís Vieira e Silva adianta que já foi formalmente pedida uma audiência ao presidente da Assembleia da República, para que se possam accionar os mecanismos legais de forma a que o assunto possa ser discutido em plenário. Paralelamente, a APED tem também pedido audiências junto dos grupos parlamentares, para que possa explicar os argumentos que estão por detrás desta petição. As expectativas são de que quando se retomar a sessão legislativa este tema possa voltar à agenda política.