A pandemia mundial de coronavírus provocou uma grave contração da atividade económica na Tailândia. A Crédito y Caución prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) deste mercado asiático, que revelava já sinais de debilidade em 2019, se reduza mais de 5% este ano.
De acordo com estas previsões, as exportações, com um grande peso da eletrónica e do sector automóvel, vão sofrer uma acentuada contração superior a 15%, afetadas pelas interrupções na cadeia de fornecimento e pela deterioração da procura externa. A produção industrial diminuirá mais de 10% e o valor acrescentado dos sectores automóvel e de eletrónica terá uma contração superior a 12%.
Crescimento em 2021
Se a pandemia global se conseguir conter em 2020, a Tailândia poderá voltar a crescer em torno dos 7%, em 2021. Contudo, há várias questões que ameaçam a solidez do seu crescimento a médio e longo prazo. A elevada dívida das famílias (mais de 75% do PIB) continua a ser um risco para a economia. A sua competitividade na região diminuiu devido a um nível salarial mais elevado.
De facto, na última década, a média de crescimento anual (3,6%) foi inferior à dos mercados próximos como a Malásia (5,3%) ou o Vietname (6,5%). Além disso, prevê-se que a proporção de população em idade ativa diminua dos atuais 65% para 56%, em 2040.
As medidas adotadas pelo Governo para conter o surto e a paralisação do turismo continuam a afetar a procura interna. Prevê-se que o consumo privado se reduza perto dos 5%, num contexto de crescimento do desemprego e de elevado nível de endividamento das famílias, que impede a realização de gastos adicionais. O impacto do coronavírus sente-se particularmente no sector turístico, o que pesa sobre o crescimento do sector de serviços. O turismo gera mais de 10% do PIB da Tailândia, com a China a representar 25% do mercado emissor de visitantes. O valor acrescentado da hotelaria e da restauração irá contrair 8%.
Com o objetivo de apoiar a economia, no início de 2020, o banco central reduziu as taxas de juro de referência até 0,75% e está a oferecer facilidades de crédito especiais e apoio aos mercados de títulos. Entre março e abril, o Governo lançou três pacotes de estímulo, equivalentes a cerca de 10% do PIB, que incluem deduções fiscais para as empresas e doações em efetivo para trabalhadores e agricultores. Em estreita colaboração com o Banco Central, o estímulo também tem como objetivo prestar apoio financeiro às PME. Embora se preveja que a dívida pública aumente sete pontos para 41% do PIB, em 2020, é financiada principalmente com fundos nacionais, o que fornece resistência contra choques externos.