Na abertura da Web Talk Huawei/Jornal Económico dedicado à indústria, Álvaro Santos Pereira mostrou-se categórico quanto ao papel da tecnologia na recuperação e no desenvolvimento industrial português, não só durante a crise pandémica, mas também no decorrer dos próximos anos.
Para o diretor de Estudos Nacionais da OCDE, o digital terá uma grande influência na construção de vantagens económicas que possam promover o investimento em Portugal. Nesta edição, que aconteceu no âmbito do ciclo de conferências “A Step into the Future”, Álvaro Santos Pereira destacou Portugal ao nível do sector da indústria e dos recursos humanos, salientando o elevado potencial do país.
Longo caminho a percorrer
Apesar dos elogios a Portugal, o ex-ministro da Economia referiu existir “um longo caminho a percorrer” na implementação de soluções tecnológicas, o qual passa, inquestionavelmente, pelos apoios do Estado ao sector, necessários à promoção do investimento das empresas em território nacional.
João Borga, diretor da StartUp Portugal, concordou com o ex-ministro da economia e considerou que o Estado deve desempenhar um papel incentivador para o desenvolvimento da indústria, salientando ainda a inovação como um fator prioritário para o progresso do sector. Para o diretor da StartUp Portugal, “as startups são ‘task forces’ de inovação rápida”, que permitem às empresas munir-se de ferramentas inovadoras para fazer face à crise pandémica e tornar este cenário numa oportunidade de crescimento e evolução do seu negócio.
Vantagens competitivas
Questionado sobre o que Portugal pode oferecer às grandes empresas internacionais, António Pereira, plant manager da Bosch Security Systems Portugal, mencionou que existem fatores-chave “altamente apreciados”, como é o caso da estabilidade social e política, da segurança e do baixo “turn over” dos recursos humanos que permitem não só investir em conhecimento, mas também, e mais importante ainda, mantê-lo nas organizações nacionais.
Nesse sentido, António Pereira defendeu a necessidade de criar valor a partir dos recursos humanos existentes para que as multinacionais possam ver Portugal como uma ponte de evolução do seu negócio, alertando, contudo, para a importância de se investir em áreas fulcrais, como a inteligência artificial, uma das soluções digitais mais consideradas para a transição digital do sector.
Neste processo, Samuel Ferreira, 5G Solutions Architect da Huawei Portugal, considera que as redes de quinta geração serão “um importante catalisador da transição digital”, que oferecem às empresas soluções tecnológicas capazes de as manter interligadas, resultando em tomadas de decisões mais assertivas para o seu negócio. O responsável da Huawei salientou a necessidade crescente do mercado em oferecer produtos mais personalizáveis aos seus clientes, tendo nas redes 5G um fator crucial para dar resposta a essa carência, através da conexão de todos os recursos das empresas. o da Indústria em Portugal.