Apesar da recuperação a que se tem vindo a assistir desde a retoma das atividades económicas, os valores de faturação estão ainda longe dos de 2019, com quebras superiores a 25% face a junho do ano passado. Apesar disso, o peso do contactless continua a crescer.
Os dados são da REDUNIQ, que num estudo recentemente divulgado mostra que o colapso do turismo e a diminuição da faturação estrangeira tiveram quebras superiores a 80% e estão a condicionar a recuperação da economia nacional. “A análise da variação homóloga torna evidente que as regiões mais impactadas são aquelas em que o turismo tem maior peso. Lisboa, Faro, Madeira, Açores e Porto mostram, em junho, quebras expressivas face ao período homólogo de 2019”, indica a empresa numa nota enviada às redações.
Para Tiago Oom, diretor da REDUNIQ, “é notória a preponderância que o turismo tem no nosso país, do ponto de vista da nossa sustentabilidade e competitividade económica e social. Sem turismo, os valores ressentem-se e estão ainda longe dos de referência do ano passado. É provável que os níveis de faturação das regiões onde o turismo assume maior importância tenham que lidar, nos próximos dois a três anos, com níveis de faturação consideravelmente abaixo dos observados no passado recente”.
Desconfinamento
De acordo com os dados, os meses de maio e junho deste ano, marcados por diferentes fases de desconfinamento, indicam uma queda do ticket médio para valores inferiores aos de maio e junho de 2019.
Já no que diz respeito à utilização da tecnologia contactless, a REDUNIQ diz que o peso dos pagamentos sem contacto no total dos pagamentos duplicou face a março, representando, em junho, quase um quarto do total da faturação, um aumento de mais de cinco vezes face ao período homólogo.
Segundo o estudo, apesar de ainda distantes dos valores de 2019, os dados acumulados deste ano revelam que as farmácias e o retalho alimentar tradicional têm assistido a um crescimento mais acentuado. As categorias de eletrónica e hipers e supermercados apresentam crescimentos, mas muito mais baixos. Os restantes sectores analisados têm quebras acumuladas superiores a 20% (face a 2019), em alguns casos superiores a 50%.