De acordo com a Ascencial Edge, a pandemia está a proporcionar um aumento da procura necessário para catalisar formatos de retalho que estavam em estagnação, como os super e os hipermercados, ao mesmo tempo que poderá ser fatal para canais que já se debatiam com dificuldades, como as department stores e os especialistas não alimentares.

De facto, a partir de março, praticamente todos os retalhistas tiveram de rever os planos que tinham traçado para 2020 e viram-se forçados a adaptar-se a novas políticas e a todo um novo conjunto de necessidades dos consumidores. A pandemia de Covid-19 teve efeitos dramáticos nas vendas, mas o impacto na estrutura, propriamente dita, da indústria do retalho terá sido ainda mais pronunciado.

Os dados da Ascencial Edge indicam que as vendas das department stores poderão cair, em 2020, cerca de 13,4%, as das lojas de moda 14,5% e as dos operadores de food service 10,1%. Em sentido inverso, o dinamismo experimentado pelo e-commerce fará com que este canal represente 33% as vendas globais em 2023.

Consolidação

O top 5 dos retalhistas irá consolidar ainda mais a sua posição de liderança. Em 2025, representarão 28,2% das vendas totais.

Nos próximos anos, o e-commerce, quer nas opções click & collect quer na entrega em casa, desempenhará um papel ainda mais importante no modo como os consumidores farão as suas compras, o que terá implicações profundas em toda a cadeia de valor. As marcas adaptaram as suas cadeias de abastecimento nos últimos meses às dramáticas mudanças na procura, pelo que poderão usar esta experiência para identificar onde será necessário construir novas capacidades.

O projeto de consolidação também significa que os líderes mundiais, que já possuem as capacidades digitais mais avançadas, irão exercer maior pressão na concorrência e parceiros das marcas. A reavaliação dos clientes estratégicos será uma prioridade das marcas, do mesmo modo que a exploração de parcerias com outros retalhistas e marcas será relevante para o retalho.