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Como crescer na recessão pós-pandemia?
2020-06-17

As persistentes preocupações com a saúde e segurança, pressões financeiras e novos comportamentos significam que os consumidores não irão regressar aos padrões pré-pandemia muito em breve. Como tal, as empresas de grande consumo terão de encontrar formas de crescer durante a recessão, entregar valor no curto prazo, para responder às preocupações económicas e, ao mesmo tempo, inovar de modo a se manterem relevantes, numa altura em que os comportamentos e as prioridades estão em mutação.

De acordo com o barómetro Covid-19 da Kantar, que estuda as atitudes, comportamentos e expectativas em mais de 50 mercados, 37% dos inquiridos esperam regressar ao consumo de bens não essenciais dentro de dois a três meses. Mesmo numa altura em muitos países relaxam as medidas restritivas e os negócios reabrem, 66% afirma que continuará a evitar locais com muita gente, afastando-se de muitos espaços de retalho. Para além das medidas de higiene e de distância social recomendadas, 50% que testes regulares e 43% que seja obrigatório o uso de máscara.

Pressões financeiras

Quase todos os inquiridos estão a crescer o nível de ansiedade quanto a questões de dinheiro. 56% dos lares mundiais sofreram uma perda de rendimento devido à Covid-19, percentagem que se eleva para 68% entre os Millennials e 65% entre a Geração Z. 19% espera ainda um impacto futuro.

Com o impacto financeiro da crise a crescer, os consumidores falam consistentemente num sentimento de orgulho em tomar decisões inteligentes, em encontrar valor e em alcançar o sucesso a longo prazo. 53% está a prestar mais atenção a produtos em promoção, face aos 36% apurados na primeira vaga deste barómetro. A oferta de descontos e promoções é agora a terceira maior expectativa quanto às marcas (era a quinta na segunda vaga).

Além disso, 69% dos consumidores indicam que a lista de compra é, agora, ainda mais importante.

Importância de comunicar e de entregar valor

Para além das estratégias de preço, os consumidores esperam que as marcas continuem a comunicar. Três em cada quatro (74%) está satisfeito com o volume de comunicação atual e dois terços procuram ajuda e aconselhamento, para si próprios (64%) e para as suas comunidades (65%) na comunicação e no comportamento das marcas.

Paralelamente, as lojas de retalho, nomeadamente as do sector alimentar, estão a ser reconhecidas pela sua capacidade de entregar valor no curto prazo. 40% dos consumidores consideram que a sua experiência em loja é mais positiva.

Não obstante, a utilização do e-commerce continua a crescer. 40% dos consumidores (era 33% na terceira vaga) confiram que aumentaram significativamente as suas compras online, percentagem que se eleva a 48%nos lares com crianças e Millennials. Os preços baixos e as promoções são as razões principais para esta maior utilização.

Inovação

Numa altura em que as pessoas começam a aliviar as medidas de confinamento, mais de metade (52% no total, 57% entre os Millennials e 55% entre a Geração Z) acredita, porém, que manterá alguns dos comportamentos mesmo no pós-pandemia. Maior higienização, comer de um modo mais saudável, passar tempo em família e o desenvolvimento pessoal são as atividades que tenderão a ser mantidas. Mais de metade dos inquiridos (51%) dizem estar agora a fazer mais exercício.

Estas mudanças conduzem a diferentes necessidades e padrões de consumo e, com mais de metade a sentir pressões financeiras, as marcas devem assegurar que os seus produtos são considerados essenciais tendo em conta os novos estilos e ritmos de vida. “Ao nos adaptarmos à vida pós-pandemia, começámos a apreciar e queremos manter os novos comportamentos saudáveis recentemente adotados, as ligações com propósito e os hábitos de compra online. As marcas e as empresas, primeiro e acima de tudo, necessitam de assegurar que os seus produtos e serviços são seguros de utilizar e que tomaram todas as precauções de modo a poder garanti-lo. A longo prazo, existe a necessidade de se manter relevante aos olhos do consumidor, ao responder às expectativas recentemente criadas”, conclui Rosei Hawkins, Chief Innovation Office na Kantar.


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L.Branca/PAE

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