As medidas adotadas em todo o mundo para conter a Covid-19 tiveram um impacto nas cadeias de fornecimento e no comércio, tanto nacional como internacional. Os resultados do Barómetro de Práticas de Pagamento 2020 para a região da Ásia-Pacífico sugerem que as insolvências vão aumentar até 2021.
Face aos resultados de 2019, quatro dos países analisados registam um aumento médio de 14% nas vendas a crédito, a par de um crescimento de 56% nas faturas não pagas até à data de vencimento. Em dois países, as vendas a crédito diminuíram, mas as faturas que entraram em morosidade aumentaram 49%. A diminuição do uso do crédito na Índia poderia ser, inclusive, uma consequência do significativo aumento das faturas em atraso.
“Com a economia mundial imersa na recessão, os riscos de incumprimento estão a aumentar. Prevemos que as dívidas incobráveis e as insolvências aumentem até 2021. Os fornecedores precisam de gerir a redução da procura e as tensões financeiras. Minimizar estes obstáculos com avaliações exaustivas de risco de crédito e assegurar uma adequada sustentabilidade financeira será essencial para a sobrevivência de muitos negócios“, declara o Chief Market Officer da Atradius, Andreas Tesch.
Empresas na Ásia otimistas
Embora o Barómetro de Práticas de Pagamento divulgado pela Crédito y Caución espelhe um foco no crédito comercial com diferenças acentuadas entre os países, também revela um compromisso constante na região com o controlo do crédito. Sem exceção, as empresas de todos os países asiáticos dedicam recursos aos processos de gestão de crédito e muitas tratam de os aumentar de modo a minimizarem o risco.
Apesar das perspetivas sombrias, a maioria das empresas na Ásia expressa o seu otimismo face à disponibilidade dos apoios públicos ou do financiamento bancário para ajudar os seus sectores e economias.
Embora isso possa ser garantido, até certo ponto, os resultados do Barómetro de Práticas de Pagamento divulgado pela Crédito y Caución indicam que muitos compradores dependem do crédito comercial dos seus fornecedores para financiar as suas operações e estão a ampliá-lo ainda mais ao atrasarem o pagamento de faturas.