A preferência por produtos de origem nacional corre a par com o crescimento do e-commerce, indica um estudo da Netsonda.
Baseado numa média de 460 entrevistas online semanais, realizadas durante dez semanas (entre 17 de março e 25 de maio), a pessoas entre os 18 e os 64 anos, residentes nas várias regiões do país, o estudo conclui que “mesmo que se vá comprar mais online, isso não significa comprar fora de Portugal”. Com efeito, 58% dos portugueses privilegiam ainda mais a compra de produtos de origem nacional do que antes da crise.
Hábitos para manter
Segundo o estudo, 57% dos portugueses consideram que encomendarão produtos online de uma forma mais frequente, 53% que trabalhará mais a partir de casa, 42% que continuará a evitar andar de transportes públicos e 38% que conviverá mais online.
“Os dados deste estudo evolutivo revelam que os portugueses foram ficando cada vez mais convictos de que o país estava preparado para enfrentar a crise e que estava a implementar as necessárias medidas de prevenção“, indica.
De facto, no início, apenas 20% dos portugueses acreditavam que Portugal estava preparado para enfrentar a crise, percentagem essa que aumentou para 69% no final das dez semanas. Também 66% dos portugueses acreditam que Portugal está a tomar todas as medidas necessárias de prevenção, quando no início eram 31%”.
Desconfinamento
De acordo com o estudo, foi esta confiança que “permitiu que os portugueses começassem a desconfinar com mais segurança“. Atualmente, 43% já está a trabalhar no local habitual, num aumento de 48% face ao início de maio, e o número de portugueses que evita sair de casa está a diminuir progressivamente: de 73%, no início da crise, desceu 52% na última recolha de dados.
Na segunda fase do desconfinamento, aumentaram as atividades fora de casa. 42% dos portugueses visitaram familiares e amigos e 40% passeou num parque ou jardim.
No que respeita às medidas de prevenção, os portugueses continuam a afirmar que mantêm a distância social e que desinfetam as mãos. Verifica-se um aumento da utilização da máscara, cumprindo as regras da Direção-Geral da Saúde, e uma menor utilização de outras medidas de proteção, como as luvas. O estudo aponta que 83% dos portugueses utilizam a máscara ao sair de casa (mais 159% face ao início de abril) e 15% usa luvas (menos 50% face ao mesmo período).