O tecido empresarial prevê uma mudança nos níveis de incumprimento em que assentam as suas relações comerciais. De acordo com o Estudo da Gestão de Risco de Crédito em Portugal, elaborado pela Crédito y Caución, Iberinform e Gestifatura, 41% das empresas esperam poder manter baixas taxas de incumprimento (inferior a 1% da faturação), face aos 68% que operavam com esses níveis em 2019.
Nos restantes escalões, duplica o número de empresas com taxas mais elevadas: 33% do empresarial irá sofrer incumprimentos moderados (1% – 3% da faturação), 20% encontra-se no escalão elevado (3% – 10% da faturação) e 6% na faixa extrema. O crescimento das taxas de incumprimento é um elemento desestabilizador das operações de negócio na medida em que anula a margem da operação e gera uma perda de todos os custos associados à produção do bem ou serviço.
74% das empresas reduz atividade
As medidas adotadas durante o estado de emergência obrigaram a que 74% das empresas reduzissem a sua atividade produtiva e comercial. Esta hibernação económica foi muito relevante para 26% das empresas, que tiveram que renunciar a mais de metade da sua operação habitual. O caso extremo de encerramento total afeta uma percentagem residual das empresas que participaram no Estudo da Gestão de Risco de Crédito em Portugal.
Neste contexto, 65% das empresas esperam uma queda da sua faturação, face a 15% que prevee manter intactas as suas receitas e 20% que espera um aumento. As previsões sobre o impacto na rentabilidade são mais suaves, um indicador do trabalho que o tecido empresarial está a realizar sobre a sua estrutura de custos para poder adaptar-se aos novos níveis de atividade. As empresas que preveem uma queda da rentabilidade reduzem-se a 56% e 25% confia que poderá mantê-la.
O tecido empresarial mostra a sua confiança numa alteração de tendência em 2021: 70% das empresas espera que os seus níveis de faturação voltem a subir, uma percentagem significativamente superior aos 13% de empresas que espera que a queda das receitas se mantenha.