Terminou o acordo entre o Grupo DIA e a Eroski e que resultou na criação da Red Libra Trading Services, S.L., uma empresa cujo objeto consistia na negociação com fornecedores de marca própria em nome de ambos.
O “divórcio” entre os dois grupos retalhistas espanhóis vai ainda mais além, já que, a partir do próximo dia 22 de maio, finalizará também o acordo de cooperação que ambos mantinham, desde 2015, para a melhoria das condições de negociação com os grandes fornecedores.
O “casamento” entre DIA e Eroski não foi, assim, muito longo, já que a Red Libra apenas começou a funcionar no final do ano passado. Com 53 profissionais, tinha Beatriz Santos, diretora comercial do Grupo Eroski, como presidente não executiva e Susana Pagés, diretora comercial de marca própria do Grupo DIA, como diretora geral.
No espaço de duas semanas, caem por terra algumas alianças comerciais entre retalhistas celebradas nos últimos dois anos. Tudo começou com o anúncio de uma nova parceria entre Auchan e Grupo Casino, com ambos os retalhistas franceses a convidarem os seus atuais parceiros noutras alianças anteriormente já formadas a juntarem-se ao novo empreendimento. Ao mesmo tempo, era conhecido o fim da aliança que Casino e Intermarché mantinham. No dia seguinte, a insígnia do Grupo Os Mosqueteiros informava que terminava também o acordo com o Grupo DIA para o mercado português, que tinha resultado na criação da CINDIA. No mercado francês, fala-se de uma potencial aproximação entre o Intermarché e o Carrefour.
De acordo com o comunicado do Grupo DIA sobre o fim da parceria com a Eroski, “ambas as empresas mantiveram sempre as suas políticas comerciais totalmente independentes, pelo que o fim da sua colaboração não se refletirá na proposta comercial de nenhuma delas”.
De resto, a relação comercial entre os dois grupos espanhóis não foi isenta de polémica. Em novembro de 2015, pouco depois do seu início, a FIAB, patronal do sector alimentar, e a Promarca, congénere da portuguesa Centromarca na defesa dos interesses das marcas de fabricante, denunciaram o acordo à Comissão Nacional de Mercados e Concorrência (CNMC), por supostas condutas anti concorrenciais, como a fixação conjunta de preços ou a exigência de pagamentos adicionais às marcas fora dos acordos, para além de abuso de posição dominante. O regulador arquivou a queixa, ao considerar que o poder de mercado de Dia e Eroski não colocava em risco a concorrência.