O gigante das redes sociais Tencent, juntamente com o retalhista chinês Yonghui Superstores, concordou em adquirir uma participação no Carrefour China. Estes planeiam trabalhar juntos em dados, retalho inteligente, pagamentos móveis e análise de dados.
O investimento da Tencent poderá ajudar a fazer reviver o negócio do Carrefour na China e expandir os pagamentos móveis da WeChat em todo o país. O acordo é parte de um impulso mais amplo para conectar o retalho convencional aos serviços habilitados para a Internet, à medida que as empresas Web procuram atrair mais clientes e utilizadores. No ano passado, a Alibaba rubricou uma aliança semelhante com o Sun Art Retail Group e a Auchan. "O índice de penetração do comércio eletrónico na China é bastante alto, mas o mercado de retalho offline é muito grande e eles querem capturar parte disso", afirma Naoshi Nema, analista na Cantor Fitzgerald, em Hong Kong, referindo-se ao acordo da Tencent. "Também querem conectar o comércio tradicional com tecnologia".
A Tencent e a Alibaba estão a apostar que a combinação de lojas de retalho e comércio eletrónico ajudará a impulsionar as encomendas, acumulando dados de compras e também permitir que as lojas sejam centros de entrega. A Alibaba já investiu milhões no sector, com participações no Intime Retail Group, Lianhua e Sanjiang. Também construiu a sua própria cadeia de supermercados, chamada Hema, a primeira de uma cadeia nacional que é um supermercado, restaurante e centro de atendimento num único espaço.
À medida que as carteiras e pagamentos baseados em dispositivos móveis se tornam mais omnipresentes na China, estes serviços tornaram-se num campo de batalha fundamental para os dois gigantes de Internet locais Ambos estão a descobrir ativos premium por toda a China para forjar parcerias, promover os seus serviços e aumentar o crescimento, numa fase em que os seus principais negócios já amadureceram.
Embora a dimensão do investimento planeado no Carrefour não tenha sido divulgado, o acordo marcará mais uma aposta da gigante de jogos e redes sociais no retalho físico, após a decisão de adquirir uma participação na Yonghui, por cerca de 4,22 mil milhões de yuans (540 milhões de euros).
Recorde-se que o Carrefour opera mais de 200 hipermercados na China, mas seus negócios estão a diminuir à medida que os consumidores gravitam online. As lojas SunArt da Auchan e os pontos de venda RT-Mart, apoiados pela Alibaba, controlam agora a maior fatia do negócio de retalho físico da China, com cerca de 15% de quota, seguidos pela Walmart, com 10%, de acordo com a Euromonitor. Yonghui e Carrefour teriam juntos mais de 800 lojas, ficando atrás apenas da SunArt.